Foto: Walterson Rosa/MS

Líderes evangélicos, assessores do centrão e também militares vão aumentar a ofensiva nesta sexta-feira pela saída do ministro Milton Ribeiro do Ministério da Educação para estancar o desgaste eleitoral que a crise – desencadeada pela revelação de áudios em que Ribeiro diz afirma em reunião que repassa verbas para municípios indicados por dois pastores, a pedido do presidente – traz a Jair Bolsonaro (PL), além de contaminar a eleição desses aliados em suas bases.

A avaliação, feita primeiro ao blog na terça-feira (22) por líderes do centrão, ganhou adeptos e apoios nos últimos dias de todas as alas do governo e da base de apoio de Bolsonaro no Congresso. Na quinta-feira (24), Bolsonaro minimizou a crise ao dizer que “coloca a cara no fogo” por Ribeiro, no centro do escândalo envolvendo pastores pedindo propina em troca de liberação de verbas do MEC.

No entanto, interlocutores do presidente veem a situação de Ribeiro como “insustentável”, chamando a crise de “sem freio” – e avaliam que a pressão só aumentará, o que pode levar a desgastes na base bolsonarista uma vez que: 1) Bolsonaro perde a narrativa de que no seu governo não tem corrupção; 2) as principais lideranças evangélicas da base de apoio de Bolsonaro reclamam ao Planalto que ele está “manchando” a imagem do segmento religioso. Logo, querem que ele faça o “gesto” de pedir para sair e se defenda fora do cargo.

Como o blog publicou, uma das saídas honrosas seria argumentar que Ribeiro vai sair candidato – o que não estava previsto – e tirá-lo na reforma ministerial. Hoje, líderes religiosos planejam gravar vídeos aumentando a pressão para que Ribeiro deixe o cargo. Segundo o blog apurou, integrantes da bancada evangélica querem ajuda do ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça, padrinho de Ribeiro, para que ele convença o ministro a deixar o cargo. Andréia Sadi/G1