Foto : Valter Campanato/Agência Brasil

Os gastos relativos ao “Quartel-General” da campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro em Belo Horizonte não foram declarados à Justiça Eleitoral nem pela campanha de Bolsonaro nem pela dos aliados.

De acordo com reportagem publicada hoje (6), a falta de declaração do uso do espaço contraria a lei eleitoral, segundo três especialistas. Conforme o jornal, o comitê tinha intensa atividade e era localizado em um imóvel de 3.500 metros quadrados.

Um documento da capital mineira mostra que o imóvel pertence a uma empresa, a concessionária de veículos Brasvel. Um dos donos, Eduardo Brasil, confirmou à reportagem que o imóvel foi “cedido” a um grupo de apoiadores de Bolsonaro. Desde 2015, as doações de empresas para campanhas eleitorais são proibidas.

O espaço funcionou para a campanha por 51 dias, de setembro a outubro do ano passado, o que representa um gasto não declarado de cerca de R$ 166 mil.

A advogada da campanha de Jair Bolsonaro, Karina Kufa, declarou que “o presidente da República e a equipe que cuidou da prestação de contas de campanha, do escritório Kufa Advocacia, jamais tiveram informação desse suposto comitê”.

“A campanha presidencial somente utilizou um espaço físico em Brasília/DF, declarado na prestação de contas. Distribuição de material de campanha, com dobrada de outros candidatos, é de responsabilidade daquele que a confeccionou e pagou”, afirmou. Ela disse que esse imóvel não foi declarado porque a campanha não soube da sua existência.