Depois de 44 anos, o Peru está de volta a uma final de Copa América. Depois de vencer o Chile por 3 a 0 na noite desta quarta-feira, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, o técnico Ricardo Gareca não escondeu a satisfação pelo resultado. Pudera. Eliminou o atual bicampeão da competição e agora terá o Brasil, dono da casa, na decisão.
Em entrevista coletiva no auditório da Arena minutos após a partida, o técnico peruano foi questionado diretamente ao ponto. Um jornalista daquele país perguntou como vencer a seleção brasileira em pleno Maracanã, justamente em uma final de campeonato. A resposta:
– Não sei. Não joguei ainda, então veremos. Temos que analisar. Temos jogadores para encontrar a resposta de poder ganhar. Mas hoje digo que, na verdade, não sei.
Gareca declarou que a palavra de ordem agora não é “preocupação”, e sim, “ocupação”. Ou seja, a necessidade de viver os próximos dias com a mente fervilhando de Brasil, da mesma forma que foi contra o Chile e Uruguai, e também seria diante da Argentina. Até porque não se considera apto a eleger um jogador específico do time de Tite como destaque.
– O Brasil ocupa a cabeça em tudo. O Chile nos demandou uma ocupação permanente, de como neutralizar jogadores muito importantes. Atacaremos pontos que consideramos importantes. Porque vocês sabem que falar individualmente de cada jogador do Brasil não é o caminho. Temos jogadores excelentes que podem sobressair em partidas desse porte – ressaltou.
Além do mais, o treinador do Peru provou – e como – o gosto amargo de ter o Brasil pela frente. Na partida válida pela última rodada do Grupo A, sofreu uma goleada de 5 a 0 na Arena Corinthians. E em seguida bateu com o Uruguai nas quartas de final. Mas Gareca acredita que o grupo está vacinado e criou uma “fortaleza” psicológica para chegar à decisão.
– Falamos sobre a força que (os jogadores) tiveram para se levantar diante dessa situação e levar a seleção à final. A força em todos os aspectos que a equipe tem para superar adversidades e para ir se superando. A diferença não é o que se reflete no marcador. Isso fala de uma recuperação importante dos jogadores. Tudo tem a ver com a força deles – sentenciou.
Com a cabeça para ocupar pelos próximos quatro dias até a final, Gareca e a delegação peruana ainda farão um treinamento na manhã desta quinta-feira em Porto Alegre. Depois, viajam para o Rio de Janeiro, onde terão a decisão contra o Brasil no Maracanã, às 17h de domingo. Globoesporte