Agência Brasil

O ano começou com piora na confiança nos setores do comércio e dos serviços, mostram dados divulgados nesta sexta-feira (28), pela Fundação Getulio Vargas (FGV). No comércio, a queda foi de 0,4 ponto em janeiro, levando o indicador a 4,9 pontos, o menor nível desde abril de 2021. Já nos serviços, houve queda mais intensa, de 4,3 pontos, para 91,2, levando o indicador ao menor patamar desde maio do ano passado.

Comércio

Os dados da FGV mostram que a piora na confiança do comércio foi puxada pela percepção sobre a situação atual, que recuou de 84 para 80,5 pontos. Já as expectativas para o futuro tiveram alta, de 87,3 para 90 pontos.

“As perspectivas para os próximos meses melhoram, mas ainda é cedo para comemorar, considerando o patamar abaixo do nível neutro do índice. A inflação elevada, renda média do trabalhador em baixa, confiança dos consumidores em queda e juros em alta, parecem ser fatores que pressionaram a confiança do comércio nesse nível mais baixo”, apontou em nota o economista do Ibre FGV Rodolpho Tobler.

“Para voltar ao caminho de recuperação da confiança, será preciso sinais positivos nos fatores mencionados, além da continuidade do controle da pandemia”, apontou.

Serviços

No setor de serviços, a queda vista na passagem de dezembro para janeiro foi a mais intensa desde maço de 2021, período da segunda onda da Covid. “O resultado negativo desse mês parece refletir a desaceleração que já vinha sendo sinalizada nos últimos meses, mas com o acréscimo da nova onda da pandemia”, aponta Tobler.

O pesquisador aponta que, além do cenário macroeconômico ainda difícil e da cautela dos consumidores, a volta de algumas medidas restritivas já impacta a atividade do setor e “liga o sinal de alerta sobre o ritmo dos próximos meses”, diz. “Enquanto esses fatores persistirem vai ser difícil observar o retorno da tendência positiva da confiança no setor de serviços”. G1