Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Polícia Federal de Minas Gerais ouviu o depoimento de um contador que trabalhou na campanha do PSL na eleição do ano passado. O contador Danilo Jomaso disse que fez a prestação de contas de quatro candidatas, que hoje são consideradas pela polícia “laranjas” na eleição de 2018.

Jomaso disse ainda que fez o serviço a pedido de Ricardo Teixeira, irmão do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. O ministro, na época, presidia o PSL de Minas e foi eleito deputado federal.

A informação foi publicada no site do jornal “Folha de S.Paulo” e confirmada pela TV Globo. O ministro do Turismo esteve na segunda-feira (13) em Belo Horizonte e declarou que desconhece irregularidades na campanha do PSL. O irmão dele não foi encontrado.

Por telefone, o contador ainda disse à reportagem da TV Globo que recebeu a orientação para cuidar da contabilidade das quatro candidatas porque elas receberam recurso público para a campanha e que isso exigiria uma atenção maior.

Mas ele nega que tenha assinado a prestação de contas delas à Justiça Eleitoral, porque foi contratado para fazer a contabilidade da campanha de Marcelo Álvaro Antônio. Ele ainda disse que não viu irregularidades nos documentos apresentados pelas mulheres.

A suspeita da Polícia Federal e do Ministério Público de Minas é que o dinheiro do fundo partidário foi repassado para as candidatas que teriam recebido a verba para a campanha e devolvido parte dos recursos para o partido. Oito candidatas do PSL na eleição do ano passado já foram ouvidas pela Polícia Federal.

Numa operação realizada no dia 29 de abril, foram apreendidos documentos e materiais em gráficas utilizadas pelas candidatas que estão sendo periciados.

O esquema

O Ministério Público e a Polícia Federal investigam a a existência do esquema de candidaturas-laranja no PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro. Mulheres disseram que receberam propostas para se candidatar e repassar parte da verba recebida do fundo eleitoral.

Os primeiros casos foram revelado em 4 de fevereiro, pelo jornal “Folha de S.Paulo”. Segundo a reportagem, o ministro do Turismo teria coordenado um esquema de quatro candidaturas de laranjas em Minas Gerais. Durante as eleições de 2018, ele era o presidente do PSL no estado.

O jornal diz que o PSL repassou R$ 279 mil a quatro candidatas que tiveram desempenho insignificante. Um levantamento feito pelo Jornal Nacional identificou 51 casos de candidatos supostamente laranjas nas eleições de 2018. Eles concorreram por 18 partidos, em 18 estados. Informações do G1