Contrariado com as investigações da Polícia Federal (PF) contra assessores diretos no caso do escândalo dos kits de robótica superfaturados, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), culpa o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) e poupa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A informação é da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, segundo a qual o parlamentar tem dito a interlocutores acreditar que o presidente não sabia que a investigação estava em andamento.
Ainda de acordo com a publicação, Lira mira “sua artilharia” contra Dino por avaliar que a PF não mobilizaria tantas equipes para monitorar e filmar as pessoas relacionadas ao escândalo se o caso não fosse classificado como prioridade máxima na corporação, que é chefiada pelo ministro.
A desconfiança do presidente da Câmara se dá porque, embora o caso dos kits de robótica tenha sido revelado em abril do ano passado e as investigações abertas ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL), o monitoramento dos suspeitos teve início em novembro de 2022, quando Lula já estava eleito. Diante deste panorama, Lira acredita que as investigações têm como foco seus assessores.
Em entrevista à Globonews, entretanto, o ministro Flávio Dino negou que tenha feito qualquer interferência na PF contra Lira, com quem conversou após a operação, que segundo ele foi conduzida com “protocolo de absoluta normalidade”.
O ministro explicou que é informado quando ocorrem as diligências, mas pontuou que a Polícia Federal trabalha com independência. “Eu sempre sou informado quando as diligências estão ocorrendo, por motivos óbvios, uma vez que cabe a mim responder por eventuais atos ilegais, na medida em que eu exerço uma supervisão, inclusive disciplinar. E por isso mesmo sou avisado, fui avisado no momento em que as diligências ocorriam em Brasília e em Alagoas”, relatou, pontuando, entretanto, que não tem acesso a inquérito, detalhes e provas dos casos em andamento. Bahia.Ba