Foto: Christopher Black / World Health Organization

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou esperar que a pandemia do coronavírus chegue ao fim em menos de dois anos. Falando em Genebra, Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que a gripe de 1918, que ficou conhecida como gripe espanhola e matou 50 milhões de pessoas em todo o mundo, foi superada em dois anos.

Ele acrescentou, no entanto, que os avanços atuais da tecnologia podem permitir que o mundo acabe com o vírus em “um tempo mais curto”. “Claro que com mais conectividade o vírus tem mais chances de se espalhar”, afirmou. “Mas ao mesmo tempo nós também temos tecnologia para detê-lo, e o conhecimento para isso”, ele afirmou, destacando a importância de “união nacional e solidariedade global”.

O coronavírus, até agora, matou 800 mil pessoas e infectou 23 milhões. O professor Sir Mark Walpor, membro do grupo de aconselhamento científico para emergências (Sage, na sigla em inglês) disse neste sábado que a Covid-19 “vai ficar conosco para sempre, de uma maneira ou de outra”. “Então, um pouco como a gripe, as pessoas precisarão se revacinar em períodos regulares”, afirmou à BBC.

Em Genebra, Tedros afirmou que a corrupção ligada aos estoques de equipamentos individuais de proteção (EPI) durante a pandemia foi “inaceitável”, descrevendo-o como “assassinato”. “Se trabalhadores de saúde trabalham sem EPI, estamos arriscando as vidas deles. E isso também coloca em risco a vida daqueles a quem eles servem”, ele acrescentou, respondendo a uma pergunta.

Embora a questão se referisse a alegações de corrupção na África do Sul, muitos outros países enfrentaram questões similares. No Brasil, por exemplo, desde abril 42 operações contra a corrupção envolvendo dinheiro público para a resposta à doença já cumpriram 604 mandados de busca e apreensão, e ao menos 46 pessoas suspeitas de envolvimento foram detidas.

Na sexta-feira, protestos ocorreram em Nairóbi contra suposta corrupção durante a pandemia, enquanto médicos de um grande número de hospitais públicos entraram em greve contra salários atrasados e falta de equipamento de proteção. No mesmo dia, o diretor de programas de emergências da OMS alertou que a escala do surto de coronavírus no México estava “claramente subnotificada”.

Mike Ryan afirmou que o equivalente a três pessoas a cada 100 mil estão sendo testadas no México, em comparação a cerca de 150 a cada 100 mil nos Estados Unidos. O México registra o terceiro maior número de mortes no mundo, com quase 60 mil óbitos registrados desde que a pandemia começou, de acordo com a universidade Johns Hopkins.

Nos Estados Unidos, o candidato democrata à presidência Joe Biden prometeu tornar o uso da máscara obrigatório se eleito, e atacou a condução da pandemia pelo presidente Donald Trump. “Nosso presidente atual falhou em seu dever mais básico com a nação. Ele falhou em nos proteger. Falhou em proteger a América”, afirmou Biden. Mais de 1 mil mortes por Covid-19 foram anunciadas na sexta-feira nos Estados Unidos, levando o total de óbitos a 173,490 mil. G1