Pelo menos 150 famílias estão desabrigadas na cidade de Coronel João Sá, no Nordeste da Bahia, depois que a Barragem Riacho Lagoa Grande, que fica no povoado de Quati – no município vizinho de Pedro Alexandre – rompeu no final da manhã de desta quinta (11). Além dos desabrigados de Coronel João Sá, há 50 famílias atingidas pela enxurrada no Quati. Não houve vítimas, mas a prefeitura de Coronel João Sá estima um prejuízo de R$ 10 milhões.
Ainda era início da manhã quando veio o alerta: a Barragem Riacho Lagoa Grande, localizada no povoado do Quati, município de Pedro Alexandre, no Nordeste da Bahia, havia transbordado após pelo menos cinco dias de chuvas intensas. Às 11h20, veio a confirmação: a estrutura, inaugurada em 2000 pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) para abastecimento de água de cidades da região, havia rompido.
Em pouco tempo, as ruas do Quati pareciam uma extensão do Rio do Peixe, onde fica a estrutura. A água que inundou o povoado, a 14 quilômetros da sede do município, afetou ainda mais a cidade vizinha de Coronel João Sá. Lá, além das 150 casas atingidas, outras dez desabaram. As cidades ficam na divisa com Sergipe.
Em um vídeo que circulou nas redes sociais, um morador relatou a situação na cidade. “Aqui é o centro da cidade da Rua Velha. Olha onde se encontra a água, no joelho das crianças. Mas, graças a Deus, aqui não ficou ninguém. Já tiramos todo mundo. Todas as crianças, idosos”, comenta o cinegrafista amador. Animais também foram retirados.
O prefeito de Coronel João Sá, Carlos Sobral, disse que a situação é atípica. “A barragem quebrou no meio, rompeu no meio. Temos vídeos que mostram o momento do rompimento. A própria Defesa Civil do estado diz que houve o rompimento”, afirmou.
“Graças a Deus, não morreu ninguém. Só uma senhora de 70 anos que ficou ilhada e quase morre afogada, mas conseguimos resgatá-la”, disse o prefeito. Para ele, só foi possível evitar uma tragédia de maior proporção porque, assim que soube que havia risco de rompimento da barragem, por volta das 9h, ele convocou a equipe da prefeitura para ir às áreas de risco e tirar os moradores de suas casas.
“Botei todos os secretários na rua avisando a população, diponibilizamos caminhões para recolher as coisas e escolas para o povo ficar abrigado. Se não tivéssemos evacuado as zonas de risco a tempo, muita gente teria morrido. Foram afetadas entre 100 e 150 famílias”, diz. As famílias que tiveram que deixar os imóveis estão sendo levadas para o Colégio Municipal e para as escolas Maria Dalva, Ruy Barbosa, Juracy Magalhães e Paraíso Infantil. Correio da Bahia