Sob muita comoção, foi enterrado, na manhã desta segunda-feira (25), o corpo do vereador Wendel Coelho, assassinado em Japeri, na Baixada Fluminense, na manhã deste domingo (24). Muito abalada, a mãe não teve condições de falar.
O pai fez um desabafo e criticou as autoridades sobre a demora para se chegar até os assassinos da vereadora Marielle Franco e o tempo que levará para identificar os assassinos de Wendel.
“A Marielle demorou um ano para dar resposta ao povo e agora, governador, meu filho quantos anos vai ser? Quantos? Dois, três, quatro, 10 anos ou vai engavetar esse negócio aí? Governador, toma uma posição, o senhor foi eleito e falou em segurança pública, mas Japeri, Baixada Fluminense, estão largados. A Zona Sul está bem policiada, mas a Baixada não tem polícia. Passou de 11h da noite, eles (os criminosos) mandam”, criticou Daniel Coelho, pai de Wendel.
Nesta manhã, o vereador do Avante foi homenageado na Câmara Municipal de Japeri. A rua foi interditada, e a prefeitura decretou luto oficial de três dias.
Para o pai, o motivo de estar enterrando o filho nesta manhã é exclusivamente a falta de segurança no estado. “Eu quero dizer que estou enterrando o meu filho hoje por falta de segurança não só em Japeri, mas na Baixada Fluminense. Um jovem, um jovem que casou aos 15 anos de idade, foi pai com 16, foi secretário de Obras, Urbanismo, Indústria e Comércio e aos 24 anos vereador. Hoje foi meu filho, há dois meses atrás foi uma colega dele com 30 tiros”, criticou o pai de Wendel.
Linhas de investigação
A Divisão de Homicídios fez perícia no local do crime. O principal ponto da investigação agora é esclarecer se Wendel era alvo do disparo ou se ele foi atingido por acaso.
Uma das linhas de investigação é de que o vereador se envolveu numa discussão num evento e na saída foi perseguido por duas motos.
A polícia quer ouvir novamente o irmão do vereador e as outras pessoas que estavam no carro. Os agentes também tentam encontrar câmeras de segurança que ajudem a esclarecer o que aconteceu.
Wendel deixa mulher e duas filhas. O parlamentar havia sido eleito para o primeiro mandato com 729 votos segundo informações do G1.
