O ministro da Justiça, Anderson Torres, pode ser mais um convocado pela CPI da Covid. Neste fim de semana, integrantes da Comissão decidiram apresentar um requerimento para a sua convocação, para explicar uma declaração vista como ameaça aos senadores. Em entrevista à Veja, o ministro defendeu uma CPI ampla e disse que é preciso “seguir o dinheiro”. Ele alegou que vai pedir à Polícia Federal informações sobre os inquéritos que envolverem prefeitos e governadores, movimento que foi visto pelos integrantes da Comissão como tentativa de intimidação.
“Vou apresentar requerimento para convocar o ministro Anderson Torres. Ameaçar uma investigação é crime. E essa fala é uma ameaça indireta à CPI. Sem conseguir impedir e desarticular a CPI, agora o governo tenta intimidar a comissão. Isso é um movimento claro de usar a Polícia Federal como polícia política. Se deixar, será criado um estado policial. É preciso dar um freio de arrumação”, disse o senador Randolfe Rodrigues ao blog de Gerson Camarotti, do G1.
Mesmo com a tentativa fracassada dos parlamentares governistas obstruírem as sessões e da influência do Planalto, que chegou a enviar nominalmente por meio de uma assessora, requerimenos para inclusão na CPI, o governo agora tenta intimidar para frear as investigações. Segundo informações do colunista Lauro Jardim, do O Globo, a retaliação pode vir por meio de operações barulhentas da Polícia Federal contra os estados ligados aos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, e Jader Barbalho (MDB-PA).
