Agência Senado

Uma contagem simples mostra a encrenca que o Exército Brasileiro se meteu ao permitir que um general da ativa assumisse o Ministério da Saúde e militarizasse a pasta. No depoimento do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, prestado à CPI da Covid no dia 13 de maio, o depoente não faz menção a qualquer patente militar. As tentativas de comunicação da empresa com o governo foram feitas por canais oficiais.

Não havia intermediários nem denúncias de sobrepreço ou propina. A Pfizer foi boicotada pelo ministério militarizado. Não apareceu nenhum coronel para ajudar a agilizar as tratativas. Élcio Franco foi tratado pelo depoente como “senhor Élcio” ou “secretário-executivo”. Já no depoimento do intermediário da Davati, o cabo da Polícia Militar Luis Paulo Dominguetti, ocorrido no dia 1º de julho, ele cita 175 vezes a palavra “coronel”.

Ao contrário da Pfizer, a negociação tinha intermediário (o próprio cabo) e há suspeitas de pedido de propina para cobrança de sobrepreço. Volta e meia aparecia um coronel no enredo, inclusive no encontro quem houve o suposto pedido de propina. Repetindo: Pfizer, zero coronel. Vacina picareta da Davati, 175 vezes a palavra coronel. Por Octavio Guedes/G1