PAULA FRÓES/ CORREIO

Após 13 anos, o volante Alan Santos está de volta ao Vitória. Revelado na categoria de base rubro-negra, o jogador foi o primeiro dos 14 contratados para esta temporada a ser apresentado pelo clube. “Estou muito feliz e entusiasmado. Esse desafio me chama muito a atenção. Tenho uma grande vontade de colocar o Vitória onde ele tem que estar, porque é um clube de Série A. Quero cooperar com o meu trabalho dando a minha parcela para que os objetivos do Vitória sejam alcançados”, projetou.

Aos 30 anos, Alan tenta se reafirmar na carreira. Após algumas lesões, ele voltou a ter sequência em campo no ano passado, quando defendeu a Chapecoense em 26 jogos. Na temporada 2020, havia feito apenas 11 partidas com a equipe catarinense. Em 2019, a mesma quantidade pelo Botafogo. Em 2018, foram 10 com a camisa do Veracruz no Campeonato Mexicano.

“Como uma corrida de Fórmula 1, o carro às vezes tem que passar pelo pit stop para fazer toda a manutenção e continuar a corrida. Eu creio que precisava desse momento. Estou passando quatro anos da minha carreira por um momento bem ruim em termos de competitividade, de lesões graves. Em 2021, eu voltei a jogar”, pontuou. “Tive outras propostas, mas o Vitória me escolheu primeiro (…). Eu creio que o projeto desse ano vai dar certo e vou trabalhar para isso. A diretoria contou com o meu trabalho e eu espero poder retribuir toda essa confiança”, disse o jogador, que tem contrato até o final da Série C, em outubro.

Alan Santos começou no Vitória em 1999 e deixou a Toca do Leão em 2009. Seguiu para o Santos, onde ficou por seis anos. Depois, defendeu o Coritiba por três anos. Também vestiu as camisas de Tigres e Veracruz, ambos do México. No retornou ao Brasil, foi contratado por Botafogo e, na sequência, pela Chapecoense. “Da minha geração, só vingou o Leilson, que jogou aqui no Vitória, e o Jeferson, goleiro, que está jogando em São Paulo. Os outros não conseguiram prosseguir”, conta.

Da base rubro-negra, guarda boas recordações. “A categoria de base na época era muito forte, principalmente o grupo de 1991, que é o ano em que eu nasci. Naquela época a gente dominava bastante aqui na Bahia. Lembro que, na época, de 10 Ba-Vis, a gente ganhou oito e empatou dois. A gente nunca tinha perdido para o Bahia. A gente foi campeão baiano infantil, juvenil, campeão da Copa Nike, do Baiano sub-20. Era um time muito competitivo. Já tive essa experiência e quero aqui no profissional também”, vislumbra.

Alan Santos nunca trabalhou com o técnico Dado Cavalcanti, mas diz ter tido ótima impressão na apresentação do elenco. “Já ouvi falar e vi jogos dele. Já joguei contra. Não preciso puxar saco e nem ele precisa disso, mas um dia de trabalho que eu tive com ele ontem, e eu vi muito conteúdo, tanto técnico quanto tático, o estilo de jogo que vai fazer o Vitória jogar. E é algo que eu gosto, me encaixo nisso. O meu pensamento sobre futebol é que aquele que domina é o que tem a bola, que tem o controle do jogo. Pelo que percebi no treinamento de ontem, ele tem esse perfil. É um treinador moderno e que tem um futuro adiante, com certeza”, elogiou o volante.

Ele se coloca à disposição para atuar na função que o treinador escolher na meiuca. “Eu jogo em qualquer lugar no meio-campo. Iniciei no Vitória como meia, depois eu fui para segundo volante lá. No Santos, o Muricy me colocou como primeiro volante, porque a característica do time dele era de um time que jogava, e eu sou um jogador que sou mais técnico do que marcador, mas tive que me adaptar em alguns momentos da minha carreira, por parte do treinador que peguei, estilo de jogo que ele jogava. Mas em qualquer lugar no meio de campo eu consigo jogar e tentar ajudar o clube”, disse. Correio da Bahia