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Um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) aponta que crianças e mães foram menos ao médico durante a pandemia. A pesquisa, divulgada pela revista Galileu, teve o objetivo de avaliar a percepção de pediatras, ginecologistas e obstetras sobre os cuidados das mães e gestantes durante o período.

Foram questionados 1.525 especialistas brasileiros entre os dias 20 de julho e 16 de agosto. Para 61% dos profissionais, o número de consultas presenciais caiu consideravelmente; especialmente pelo medo das mães de contrair o vírus ao sair de casa. Mas 82% dos médicos perceberam aumento de consultas por outros meios de comunicação, como chats e telefone.

“As consultas presenciais caíram pois as mães estão com medo de levar seus filhos ao pediatra. Porém, as doenças crônicas continuam acontecendo independentemente do novo coronavírus”, alertou a pediatra Luciana Rodrigues Silva, presidente da SBP, durante coletiva de imprensa feita na última quarta-feira (19). A especialista diz que é preciso continuar o tratamento das crianças, seguindo os protocolos de segurança.

A pesquisa também aponta efeitos no comportamento das crianças. Entre os ouvidos, 88% dos médicos afirmam que notaram mudanças. Desses profissionais, 75% acreditam que as oscilações de humor são mais frequentes, seguidas de outros tipos de alterações (18%), mudanças na fala (5%), desorganização (5%), alucinações e delírios (1%).

Os especialistas apontam que a socialização na infância é essencial para o desenvolvimento das crianças. A falta de estímulos pode ter consequências comportamentais e de saúde, como déficit de atenção e obesidade. “Nesse período em que as crianças estão em casa, é importante que a família esteja orientada a envolver crianças e adolescentes nas atividades domésticas”, explica a pediatra.

A especialista também afirma que o uso de telas é muito prejudicial. “É preciso que esses jovens realizem atividades físicas e brinquem”, alerta. A pediatra orienta que ao perceber oscilações de humor, um médico deve ser procurado. Já que os especialistas podem detectar possíveis problemas precocemente e pensar em medidas para o bem-estar das crianças.