O PSDB e o PT estiveram em lados opostos nas eleições para a presidência por décadas. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem feito o papel de principal rival político da ala petista no momento. E como o atual chefe do Executivo é tido também como adversário do PSDB, parcerias estão em formação e podem gerar um cenário inédito na história das duas siglas.

O presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, disse ao BNews que tal aproximação, a exemplo da que ocorre em alguns estados do país, é fruto da preocupação com o aspecto “autoritário” que permeia o país, em especial na figura do presidente da República. Outro fator que também tem contribuído para o movimento é que esta é a primeira vez desde 1989 que o PSDB não tem candidato à Presidência.

“Penso que há em todo um campo democrático uma grande preocupação com o espectro autoritário que ronda nosso país, espectro esse que nasce e é alimentado pelo próprio presidente da República. Desta forma, é mais do que natural, é urgente e necessário que o campo democrático se reúna, mesmo sendo adversários políticos, para derrotar aquilo que é antagônico, que quer levar o Estado de Direito Democrático para a derrota”, disse Éden Valadares.

O presidente do PT na Bahia ainda destaca que a presença de Geraldo Alckmin, ex-tucano que hoje está no PSDB, como vice de Lula (PT) na corrida pela presidência simboliza o momento de maior aproximação para o fim do governo de Bolsonaro.

Tucanos tradicionais como o ex-­ministro Aloysio Nunes já declararam apoio para Lula na disputa eleitoral deste ano. De modo geral, o apoio parte da premissa de derrubada do bolsonarismo no país. A saída do ex-governador paulista João Doria da corrida presidencial também não representou a aproximação do PSDB com a pré-candidata do MDB, Simone Tebet, na chamada terceira via. A reportagem fez contato com o deputado federal Adolfo Viana, presidente do PSDB na Bahia, e aguarda resposta sobre o cenário de aproximação da sigla com o PT. Bocão News