Agência Brasil

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu, em entrevista, que as escolas incluam o tema abstinência na educação sexual. Segundo ela, essa seria uma forma de evitar doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV. A declaração foi dada em entrevista à BBC News Brasil.

“Existem alguns projetos no Brasil para retardar o início da relação sexual. Inclusive, são citados estudos que falam que, se eu retardo [em] um ano o início da relação sexual dessa menina, eu posso salvar a vida dela”, afirmou a ministra. De acordo com ela, o método mais eficiente para evitar a gravidez “não é a camisinha, não é o DIU, não é o anticoncepcional, é a abstinência”.

Damares sugere que a orientação sexual para crianças seja feita por profissionais qualificados. “Abrimos para que qualquer pessoa falasse sobre o tema… Houve no Brasil um exagero muito grande com essa história”, opinou.

Ao ser questionada sobre o conceito de família tradicional, a ministra disse não se enquadrar nesse padrão. “Eu sou uma mulher solteira. Solteira não, divorciada, abandonada, querendo casar. Eu até já tirei foto para ir para o Tinder. Cortei cabelo”, disse.

Sobre o aborto, tema de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para que seja proibido em qualquer situação e sobre o qual ela já disse ser contra, Damares espera que a lei não seja alterada. “A mulher que foi estuprada, que engravidar, tem o direito legal de fazer o aborto e o Estado, de garantir isso. A PEC não vai mudar isso. Mas, veja, nós temos que trabalhar é no combate ao estupro no Brasil”, completou.