Foto: Paulo Pinto/ Agência PT

Pesquisa Datafolha divulgada no sábado (27) indica que 75% dos entrevistados consideram a democracia o regime mais indicado. O estudo ouviu 2.016 pessoas, por telefone, nos dias 23 e 24 de junho, e tem margem de erro de dois pontos, para mais ou para menos.

75% afirmaram que a democracia é sempre melhor que qualquer outra forma de governo; 10% responderam que, em certas circunstâncias, é melhor uma ditadura do que um regime democrático; 12% disseram que tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura.

A pesquisa aponta que o número de pessoas que apoiam a democracia é maior do que em dezembro, quando o mesmo instituto havia feito pergunta semelhante e 62% disseram apoiar o regime. Naquela ocasião, 12% aceitavam a ditadura.

A maior variação aconteceu entre aqueles que responderam que tanto faz o regime, uma categoria que teve queda de 22% para 12%. Segundo o Datafolha, o número obtido agora é o maior desde 1989, quando o instituto começou a aferir este dado. A pesquisa fez ainda perguntas sobre as maiores ameaças à democracia no Brasil e obteve as seguintes respostas:

81% acreditam que seja a divulgação de falsas notícias envolvendo políticos e ministros do STF; 68% acham que são manifestações de rua de apoiadores do presidente pedindo o fechamento do Congresso e do STF; 66% pensam que sejam manifestações nas redes sociais de apoiadores do presidente pedindo o fechamento do Congresso e do STF.

Ainda segundo o Datafolha, 78% disseram que houve ditadura militar no Brasil em 1964; 13% acreditam que não houve; 10% não sabem. 62% disseram que a ditadura deixou mais realizações negativas; 25% acreditam que a ditadura deixou mais realizações positivas; 13% não sabem.

Entre os defensores do presidente Jair Bolsonaro, 43% dizem que a ditadura deixou mais coisas positivas do que negativas. Os mais ricos tendem a ser mais favoráveis ao regime militar (36%) do que a média, de 12%.

Outro assunto abordado foi o AI-5, o Ato Institucional número 5, que cerceou liberdades e já foi invocado por políticos ligados à presidência, inclusive pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. 50% sim já ouviram falar sobre o AI-5; 49% não; 1% não sabe Em novembro de 2018, o percentual de pessoas que responderam não ao mesmo questionamento foi de 82%.