Com medo de perder a disputa em Camaçari e comprometer a reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em 2026, o governo do Estado montou uma verdadeira operação de guerra para ajudar o candidato Luiz Caetano (PT) a vencer o adversário Flávio Matos (União Brasil) ) no dia da eleição do segundo turno, no último domingo (27).
A revelação é de um petista que acompanhou de perto os preparativos para o enfrentamento que se deu na maior e mais importante cidade da Região Metropolitana, que tem sido controlada nos últimos oito anos por um aliado do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), o prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil).
A ele se atribuiu papel importante na campanha de 2022, em que Neto foi derrotado por Jerônimo. Pelo motivo inverso – garantir o mesmo colchão que teve quando concorreu ao governo – o ex-prefeito de Salvador e o atual, Bruno Reis, também mergulharam na campanha na cidade para fazer Matos suceder Elinaldo.
O poder de ambos, entretanto, jamais poderia ter se igualado à estrutura que o governo do Estado, sob autorização do governador e determinação expressa do ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa, montou no município para cabalar votos para Caetano e impedir a eleição de Flávio.
Para se ter uma ideia, quase a totalidade dos secretários estaduais foram deslocados para Camaçari nos dias que antecederam a eleição. O secretário de Justiça, Felipe Freitas, chegou a se mudar para a cidade 10 dias antes do pleito ocorrer.
No dia do pleito, era possível falar na cidade com o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, e até com o comandante da PM, Paulo Coutinho. Os dois se dirigiram à cidade atenderam ao apelo do governador e se uniram a um contingente de deputados, prefeitos e lideranças partidárias e sindicais imbuídas do mesmo propósito: garantir a vitória de Caetano.
“Não foi difícil reunir todo este povo. Dado o estilo de liderança de Jerônimo, todo mundo rapidamente se agrega em torno dele e da missão que ele delega”, disse o mesmo quadro petista ao Política Livre. Segundo ele, pelo menos 3 mil pessoas ligadas ao grupo participante da fiscalização no dia da eleição.
Deputados petistas como Robinson Almeida (estadual), Jorge Solla (federal) e o ex-presidente do PT Everaldo Anunciação fizeram questão de se agregar ao grupo que acompanhou de perto a votação, conseguiram impedir qualquer tentativa de fraude.
Dessa forma, o PT, junto com os partidos aliados, conseguiu colocar até três pessoas em cada sessão de votação, mais um delegado do partido ou da coligação, além de um advogado. “Nem na eleição de Jerônimo foi possível tamanho grau de mobilização”, pontuou uma outra fonte petista. Política Livre