Marcelo Camargo / Agência Brasil

Após fazer uma medida provisória na última segunda-feira (11), extinguindo a partir de janeiro de 2020 os seguros obrigatórios Dpvat (que indeniza vítimas de acidentes de trânsito) e Dpem (seguro contra danos provocados por embarcações), o presidente Jair Bolsonaro acabou atingindo uma empresa do seu atual adversário no PSL, o presidente da legenda, Luciano Bivar.

Bivar é sócio de uma seguradora que atua no segmento, a Excelsior, credenciada pelo governo para atuar na cobertura do Dpvat, segundo o G1. A empresa do deputado detém cerca de 2% da Seguradora Líder, consórcio que administra esse tipo de seguro e tem o direito de exclusividade para atuar nas indenizações de pagamentos de seguros a acidentados no país.

Em conversa com aliados, Luciano Bivar disse que já sabia que o governo iria extinguir esse seguro. A medida, segundo Bivar, fazia parte dos planos do ministro da Economia, Paulo Guedes, e ele já havia sido avisado. O que aconteceu, na avaliação do presidente do PSL, é que o Palácio do Planalto decidiu acelerar o processo de extinção do Dpvat como forma de retaliação a ele.

O anúncio da medida na segunda-feira (11), no Palácio do Planalto, durante o evento de lançamento do programa Verde e Amarelo, para geração de empregos para jovens, não estava previsto inicialmente. Bivar comentou com amigos que o faturamento de sua empresa com a administração do Dpvat não é significativo e que ele não iria se colocar contra a medida. Para ele, tem sentido, na linha do que defende a atual equipe econômica.