A defesa de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, foi informada em agosto de 2019 sobre a existência de um inquérito sigiloso da Polícia Federal no Rio de Janeiro no qual o ex-policial militar era citado. A revelação foi feita pelo jornal O Globo no dia 7 deste mês. Sobre outro suposto vazamento, o empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro no Senado, afirmou à Folha que houve um vazamento da Operação Furna da Onça pouco antes do segundo turno da eleição de 2018, em outubro. Marinho prestou depoimento sobre o caso na quarta-feira (20) à Polícia Federal. Nesta última quinta (21), ele depõe ao Ministério Público Federal. O empresário afirmou que Flávio Bolsonaro foi avisado com antecedência sobre a deflagração daquela operação, que ocorreu em novembro de 2018.

Vazamento em agosto de 2019

Agosto de 2019, data do outro suposto vazamento, foi o mesmo mês em que o presidente Jair Bolsonaro tentou trocar o comando da Polícia Federal no Rio. O então chefe da superintendência da PF no estado, Ricardo Saadi, foi demitido. O presidente cobrou publicamente a troca e tentou emplacar um nome de sua escolha, mas não conseguiu. O então advogado de Queiroz, Paulo Klein, pediu acesso ao inquérito da PF. A GloboNews conseguiu a cópia do relatório da juíza Adriana Cruz negando o pedido do advogado, de acesso integral aos autos.

Em sua decisão, a magistrada justificou que Fabricio Queiroz “não figura como investigado ou indiciado no presente procedimento, portanto é incabível a pretendida vista integral dos autos requerida”. E concluiu: “Mas para que não se alegue qualquer espécie de cerceamento, deverá a secretaria providenciar cópia do relatório de inteligência financeira [em que Queiroz está citado], ocultando as informações referentes a outras pessoas”. O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) a que Queiroz teve acesso é o mesmo entregue à Operação Furna da Onça. G1