Osmar Loss foi anunciado como novo técnico do Vitória na manhã desta terça-feira. Com o desembarque previsto para o início da tarde, o técnico será apresentado na quarta, após comandar o primeiro treino com o elenco rubro-negro. Assim, ele terá quatro dias para conhecer o grupo e diagnosticar problemas até a partida contra o Atlético-GO, marcada para o próximo domingo, quando deve fazer a estreia no clube.

De imediato, Loss precisará se debruçar sobre questões que Cláudio Tencati, demitido no último domingo, não conseguiu solucionar. O GloboEsporte.com elencou alguns problemas que o novo técnico rubro-negro encontra na Toca do Leão.

Defesa desajustada

A defesa é um problema antigo do Vitória. O time encerrou 2018 com 97 gols sofridos, 63 deles no Campeonato Brasileiro. Neste ano, mais uma vez, o sistema defensivo rubro-negro não apresenta bom desempenho. O time sofreu 35 gols em 23 partidas realizadas até aqui, uma média de aproximadamente 1,5 gol por partida. Na Série B, a equipe já desponta como a mais vazada, com dez gols sofridos em quatro jogos.

Técnico que teve êxito em armar um bom sistema defensivo no Londrina em 2016, quando levou 29 gols em toda a Série B, Tencati era abordado sobre o assunto de forma recorrente. Porém, mesmo com histórico positivo, o treinador não conseguiu dar solidez para a retaguarda do Vitória.

Loss encontrará no elenco quatro zagueiros. Ramon e Everton Sena possuem experiência na Série B, enquanto Dedé nunca disputou a competição. Zé Ivaldo foi anunciado por Paulo Carneiro, mas ainda não foi regularizado. Bruno Bispo foi afastado do elenco principal e fará parte do grupo sub-23.

Emocional abalado

A fragilidade emocional do elenco do Vitória foi diagnosticada por Cláudio Tencati ainda antes de a Série B ter início. O técnico afirmava que a sequência de resultados ruins havia deixado marcas no aspecto psicológico do grupo, o que refletia diretamente nas atuações em campo.

Esse problema esteve presente nas primeiras partidas da Série B. Contra Botafogo-SP, Guarani e São Bento, o Vitória abriu o placar, não manteve o nível de competitividade após marcar o gol, sofreu o empate e levou a virada na sequência. A impressão passada foi a de que o time se desesperou assim que o adversário balançou as redes.

Além de recuperar a autoconfiança do grupo, Loss precisará dar suporte aos garotos. O sucesso como técnico de categorias de base pode ajudar nesse quesito. O treinador recebe um elenco com jogadores com pouca experiência entre os profissionais, como Caíque Souza, Ruan Levine e Farinha. Apesar da pouca idade, eles já têm a responsabilidade de resolver os problemas do time.

Pressão

Com três pontos, o Vitória é o time que abre o Z-4 da Série B, à frente de Brasil de Pelotas, América-MG e Criciúma. O Rubro-Negro acumula duas derrotas seguidas na Segunda Divisão e encara o Atlético-GO, no próximo domingo, em Goiânia, em busca de recuperação.

Loss precisará lidar com a pressão no comando no Vitória. O clube não vive bom momento, e fatores extracampo, como a crise financeira, tornam o ambiente da Toca do Leão ainda mais pesado. Os seguidos afastamentos também não ajudam. Para os jogadores, fica a insegurança e a impressão de um erro pode ser fatal.

A relação com a torcida também está conturbada. No último sábado, o time deixou o campo vaiado. O lateral-esquerdo Capa foi um dos alvos preferenciais. Porém, o elenco profissional não conta com outra opção de ofício para a posição.

Histórico de Loss

O Vitória será o quinto clube da carreira de Osmar Loss como treinador profissional. Em 2009, ele foi contratado pelo Juventude, onde ficou por oito meses. Ele comandou a equipe gaúcha por 30 jogos: seis vitórias, 11 empates e 13 derrotas. Em 2015, assumiu o Bragantino após uma parceria da equipe com o Corinthians, onde ficou por três meses. Depois de carreira na base do Corinthians, ele assumiu o time principal em maio do ano passado e foi demitido da função em setembro depois de 25 partidas, com dez vitórias, dez derrotas e cinco empates. Em dezembro, foi contratado pelo Guarani e iniciou a temporada na equipe de Campinas, onde ficou apenas três meses: 12 jogos, sendo quatro vitórias, dois empates e seis derrotas. Globoesporte Foto: Letícia Martins / Guarani FC