Fernando Frazão/Agência Brasil

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou o pedido de acesso à íntegra dos sistemas Drousys e MyWebDay, usados respectivamente para comunicação e para organizar o pagamento de propinas da Odebrecht. Em agosto, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pelos processos da operação Lava Jato no Distrito Federal, autorizou que os advogados do petista tivessem acesso aos sistemas, com parecer favorável do Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal.

No pedido feito nesta terça-feira (03), a defesa do ex-presidente argumenta que o MPF no Paraná não pode dizer que há exclusividade de acesso a uma prova porque, de acordo com eles, “cabe à defesa fazer a seleção do material necessário para comprovar as teses defensivas, jamais ao órgão acusador”.

A atual petição da defesa é dirigida ao juiz Oliveira. Mesmo com seu parecer favorável, a defesa do ex-presidente ainda não teve acesso ao sistema por causa da atuação do MPF no Paraná, que foi ao processo barrar o acesso dos advogados de Lula ao sistema. Os procuradores alegam que, por terem firmado um acordo de leniência, seus integrantes têm exclusividade no acesso.

A autorização dada pelo juiz em agosto era limitada às informações pertinentes a um processo que apura irregularidades em financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras da Odebrecht em Angola.

Os advogados dizem, ainda, que depoimentos de alguns colaboradores sugerem que houve adulteração das cópias dos sistemas que estão com o MPF/PR. O que, segundo eles, reforça a necessidade de terem acesso à íntegra dos arquivos.