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Embora ainda nem tenha sido lançado oficialmente, o livro do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, será usado pelas defesas dos irmãos Joesley e Wesley Batista e pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG). “Nada Menos que Tudo” tem lançamento previsto para este sábado (5).

Segundo informações do blog Painel, da Folha de S. Paulo, no caso do tucano, os advogados vão explorar trechos da obra que abordam a delação da JBS. O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, impôs medidas cautelares a Aécio após ele ser gravado por Joesley, pedindo um empréstimo de R$ 2 milhões.

Para os defensores, o livro pode ser um caminho para sustentar que Janot manipulou a escolha do juiz da causa, uma vez que ele entregou a Fachin uma cópia dos grampos de Joesley antes mesmo da assinatura de um acordo e de o STF definir quem relataria o caso. Fachin abandonou a condução do processo depois.

Já os sócios da JBS, Joesley e Wesley, vão usar o livro para rebater as acusações de que eles manipularam o mercado financeiro para lucrar com a divulgação de sua delação. De acordo com a publicação, o trecho no qual o ex-procurador relata como negociou a publicação da notícia sobre o acordo com o jornal O Globo será reproduzido pelos advogados no caso de insider trading.

Desde a semana passada, o livro de Janot tem provocado repercussões judiciais. Na última quinta (26), ele deu entrevista a veículos de imprensa para adiantar algumas histórias reveladas no livro. Uma delas foi a confissão de que chegou a entrar armado no STF com o plano de matar o ministro Gilmar Mendes, o que desistiu de fazer. Depois disso, a corte suspendeu a posse de arma dele e determinou um mandado de busca e apreensão em seu apartamento e escritório.