© Fernando Frazão/Agência Brasil

Um estudo do Ministério da Saúde concluiu que três em cada quatro focos do mosquito da dengue estão dentro da casa dos brasileiros. Os sintomas chegaram há seis dias e derrubaram o químico André Rodrigues Freire, que só agora começou a melhorar. “Deu muita fraqueza, tontura, dor de cabeça, ânsia de vômito. Eu achei que estava com Covid, só que na hora que veio o diagnóstico, dengue, eu falei: ué! Não é um negócio que você espera”, conta.

Na segunda-feira (5), equipes da Prefeitura de São Paulo percorreram casa por casa do quarteirão onde ele mora em busca de focos do mosquito. No terreno de uma delas, encontraram várias larvas na caixa d’água destampada e em uma lata com restos de material de construção – tudo com água parada. Eles coletaram as larvas para análise, evitando assim que, em uma semana, elas se tornassem mosquitos e procurassem o morador mais próximo – parte fundamental do ciclo do aedes aegypti.

“O aedes aegypti é um mosquito que se alimenta, quando a fêmea precisa pôr seus ovos, do sangue humano. Então, ele sempre vai procurar estar próximo do ser humano. O raio de ação dele é curto, normalmente se limita a 50m, 100m a partir daquele criadouro que ele nasce”, explica o analista em saúde e biólogo Eduardo de Masi.

Junto com o fumacê em regiões com focos do mosquito, a inspeção nas residências têm se repetido em todo o Brasil. Com o calor acima da média trazido pelo El Niño, e as chuvas, o número de casos disparou: são 345 mil no país; 56 mil só no estado de São Paulo.

Essas visitas servem também para mostrar aos moradores que o combate à dengue depende essencialmente da ajuda da população. Isso porque, segundo o Ministério da Saúde, três de cada quatro criadouros encontrados pelas equipes estão dentro da casa das pessoas.

“O problema acaba não ficando só naquele munícipe. Aquele vaso, aquele balde que acaba acumulando na sua residência, ele é um potencial criadouro para o desenvolvimento do mosquito da dengue. E esse mosquito voa e ele pode atingir um grande número de pessoas e um estrago muito grande na saúde como a gente tem acompanhado infelizmente”, lamenta Thaysa Moura, coordenadora de Vigilância Ambiental.

“O ideal é que toda pessoa faça, uma vez por semana, uma busca na sua casa por qualquer recipiente ou qualquer local que possa acumular água. Virar o recipiente, tirar o recipiente do tempo onde possa cair chuva, colocar em local coberto, puxar com o rodo uma água que empoça ali no quintal, limpar uma calha que fica com folha e a água acumula ali”, orienta Eduardo de Masi.

Na casa da ajudante geral Maria Machado, o exemplo de que é possível cultivar plantas sem correr o risco de espalhar a dengue. “A gente tem que se prevenir, né? Não deixar os pratinhos embaixo para não ficar acumulando água, para a gente ficar sempre saudável”, diz. G1