O deputado federal Arthur Maia (DEM) disse ao Política Livre que a situação do ministro da Cidadania, João Roma, é das mais difíceis no Estado com relação à sucessão de 2022. Segundo o parlamentar, o problema é representado pelo fato de o ministro ter feito um compromisso com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para se candidatar ao governo baiano e lhe dar um palanque na Bahia e outro com a mulher, Roberta, pelo qual a apoiaria à Câmara dos Deputados, num contexto de forte polarização regional em que suas chances de crescimento são mínimas.

Considerado excelente analista, Artur se refere à disputa acirradíssima que deverá se estabelecer entre as candidaturas do ex-prefeito ACM Neto (DEM) e do senador Jaques Wagner (PT) à sucessão do governador Rui Costa (PT), que não permitirá o surgimento de nomes alternativos no processo. “A campanha já está polarizada entre Wagner e Neto, que, em minha opinião, é o favorito, embora a gente possa prever uma disputa dura, como das melhores em tradição de dificuldade que a Bahia já viveu”, afirma, aludindo à vitória de Waldir Pires, em 1986, com mais de milhão de votos de frente para o então candidato de ACM.

Apesar da margem, Waldir se elegeu depois de uma batalha que movimentou as estruturas políticas do Estado. “Achar que o PT e Lula não se movimentarão para eleger Wagner não faz sentido”, declara o parlamentar democrata, que tem visto na candidatura presidencial do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro (Podemos) um impulso que a classe política tem avaliado como inesperado. Para o baiano, caso consiga emprestar seu rosto ao figurino desejado pela maioria do eleitor, que, segundo ele, não deseja a eleição de Lula (PT) nem a reeleição de Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro da Justiça irá despontar.

“Não é de hoje que se diz que o brasileiro já tem um outro candidato a presidente da República. A maioria não quer Lula nem Bolsonaro. Mas estava faltando um rosto. Se Moro conseguir botar o rosto neste manequim que já está montado, ele se torna um candidato fortíssimo”, afirma o parlamentar, avaliando que a derrota de Eduardo Leite nas prévias em que o PSDB escolheu João Dória candidato a presidente favoreceu imensamente o ex-juiz. “A derrota de Leite favoreceu Moro, porque as pessoas não acreditam que Dória se viabilize. Se fosse ele (Leite) o vitorioso, ele disputaria com Moro este manequim”, avalia. Política Livre