Responsável pela filiação do ex-juiz suspeito Sergio Moro ao União Brasil, o deputado federal Junior Bozzella (União Brasil-SP) defendeu que todas as forças democráticas se unam em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para evitar que Jair Bolsonaro (PL) tente um golpe. “Lula é o mais bem posicionado. É mais fácil ganhar do Bolsonaro com Lula. Não defendo que o partido apoie Lula, mas que as forças democráticas se juntem e freiem o golpe em curso. Daqui a pouco não vai ter eleição. Mais importante que Lula ou Bolsonaro é a democracia”, disse Bozella ao site Congresso em Foco.

Ele avalia ainda que não há espaço para a chamada terceira via e que “as forças democráticas deveriam se unir para enfrentar Bolsonaro”. “Há um golpe em curso. Não dá para subestimar Bolsonaro, ele já deu prova disso. Internamente, cada partido tem de fazer sua matemática. Deveriam se sentar todas as forças políticas do país, os democratas, e fazer uma discussão. A questão não é apoiar esquerda, centro-esquerda, temos de ter o foco de impedir a ruptura institucional. Reunir todo mundo em torno de uma candidatura, esse deveria ser o foco”, defendeu.

“Talvez ele nem espere as eleições. Temos de unir forças para tirar o discurso e o poder dele. Quanto mais se dividem os democratas, mais força se dá a Bolsonaro. Pessoas com discurso de anos contra o PT ficam com medo e elas não se posicionam. Elas têm de entender que são os democratas contra o autoritarismo”, destacou Bozzella.

Ainda segundo o parlamentar, Bolsonaro sempre teve “um plano de poder, não um projeto de governo. Nunca cumpriu compromissos. Desde o primeiro dia ele faz campanha eleitoral. E assim foi chutando a cabeça de todo mundo. Tenta se preservar no poder como um brutamonte”.

Para Bozzella, “as elites estão abandonando Bolsonaro, defendendo a democracia”. “Defender a democracia não é necessariamente defender Lula ou PT. Senão, todo mundo se assusta em entrar no jogo da democracia. Temos de ganhar a eleição. Se Bolsonaro for para as ruas, já sabemos como ele vai reagir. A gente quer evitar isso. Talvez ele nem espere as eleições. Temos de unir forças para tirar o discurso e o poder dele. Quanto mais se dividem os democratas, mais força se dá a Bolsonaro”.