Líder da Federação PT, PV e PC do B, o deputado Robinson Almeida defendeu, na terça-feira (30), a revisão do contrato de concessão da Coelba à Neoenergia, subsidiária do grupo espanhol Iberdrola, e criação, na Assembleia Legislativa, de uma subcomissão, formada por deputados, para fiscalizar a eficácia da companhia no cumprimento do contrato, firmado a partir de sua privatização em 1997, por R$ 1,73 bilhão, na gestão do governador Paulo Souto. A Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia lucrou, apenas em 2022, R$ 4,7 bilhões. Enquanto o lucro da empresa cresceu, a prestação dos seus serviços percorreu o caminho inverso, criticou o parlamentar do PT, que é engenheiro eletricista, em audiência conjunta das Comissões de Infraestrutura e Agricultura.
A atividade contou com a presença de Luiz Antonio Ciarlini, diretor-presidente da Coelba. “Não é possível que não tenha sanções administrativas, não é possível que não tenha punições, não é possível que o gestor do contrato seja vítima do mau serviço prestado”, bradou Almeida. “Creio que há um problema de dimensionamento na empresa que posiciona seus serviços para uma necessidade muito menor do que a real, pois não é possível que haja tantos atrasos em coisas simples”, enfatizou.
Robinson Almeida acusou a Coelba, por exemplo, de inviabilizar a geração de até 270 mil empregos na Bahia por não atender 27 mil obras no estado com serviços de eletricidade. “São 27 mil obras na Bahia sem atendimento da Coelba. Se cada obra gerasse 10 empregos, teríamos 270 mil empregos gerados no estado. Percebam o problema que a prestação do serviço causa no desenvolvimento econômico do estado. Temos que ter uma posição em relação à fiscalização do contrato, abrir uma comissão para fiscalizar o contrato. Pegar os técnicos da Assembleia Legislativa para mergulhar no caso e apontar ao Governo do Estado aonde estão os problemas”, indicou o legislador.
O petista também reclamou das constantes quedas de energia em área urbana e rural e da ineficiência da concessionária em atender até mesmo ao Governo do Estado, com a ligação de eletricidade, por exemplo, em unidades de Escolas de Tempo Integral que estão prontas para ser entregues no interior. O legislador foi seguido nas criticas por seus colegas do parlamento, tanto da bancada de situação quanto de oposição.
“Não é possível que leve 10 anos para (atender) uma agroindústria, um ano para fazer a ligação de energia elétrica em uma escola, e que isso seja encarado com naturalidade. Uma empresa que teve bilhões de lucro deveria aumentar sua estrutura de atendimento, contratar mais pessoas e mais equipamentos. Falta planejamento para a alta demanda e isso prejudica o desenvolvimento da Bahia, por isso é necessário analisar o contrato e impor sanções”, afirmou Robinson Almeida.