Câmara dos Deputados

A presidente do PSB na Bahia, deputada federal Lídice da Mata, e o deputado federal Valmir Assunção (PT) apoiam a criação de uma federação que reúna as siglas que eles integram e o PCdoB. Os parlamentares comentaram informação veiculada pelo jornal O Globo, na edição de ontem (29), que relata a movimentação das três siglas de esquerda para antecipadamente garantir um palanque sólido para o ex-presidente Lula e ter um fato político relevante ainda no primeiro trimestre de 2022.

“A minha posição, em primeiro lugar, é de defesa à construção da federação. Acho ainda que o partido deve apoiar Lula à Presidência, constituir uma frente de esquerda mais ampla possível para que possamos reconquistar um espaço democrático no Brasil e criar unidade de forças progressistas para derrotar [o presidente da República, Jair] Bolsonaro”, declarou Lídice da Mata.

A parlamentar baiana salientou a importância de criar uma base no Congresso Nacional para dar sustentação a um possível governo Lula. “É necessário um projeto nacional para garantir amplo apoio ao presidente Lula”, disse a socialista, que não descartou a adesão de outros partidos à federação, a exemplo da Rede.

O deputado federal Valmir Assunção disse, por meio de nota, que é a favor das federações como forma de aumentar o número “da bancada progressista e defensora da democracia e dos direitos”. Segundo o parlamentar, estes temas foram extremamente prejudicados principalmente após o impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e com a votação de reformas e PECs, que, como considerou, destinaram à população a uma forte austeridade.

“Nós precisamos fazer federações para que tenhamos uma bancada de esquerda, mas também precisamos construir os caminhos para a eleição do presidente Lula e do governador Jaques Wagner. Sou a favor das federações porque isso estabelece uma estabilidade maior no Congresso Nacional em defesa de uma pauta e de um projeto político, que eu acredito ser fundamental”, declarou o deputado petista, em nota.

Em setembro deste ano, o Congresso derrubou veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de lei que permite aos partidos se reunirem em federações que obrigam as siglas a permanecerem unidas por um período de quatro anos, reproduzindo nos estados e municípios as alianças nacionais.

Inicialmente, o PT descartou a ideia de integrar alguma federação, mas vem amadurecendo as conversas nas últimas semanas, embora alguns membros da legenda ainda manifestes resistência por entenderem ser mais difícil a eleição de quadros próprios dentro de uma federação. “O PT amadureceu nesse processo e nessa experiência”, considerou Lídice da Mata, ao comentar a mudança de posição entre os petistas. Política Livre