Os 410 anos do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), celebrados na última quinta-feira (14), ainda rendem. A advogada e ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça, Eliana Calmon, foi pega de surpresa com a notícia de que seu nome teria sido vetado por desembargadores de receber uma medalha comemorativa durante o evento. A informação sobre o corte de seu nome foi veiculada, no sábado (16), pelo A Tarde.

“Eu recebi uma comunicação do presidente dizendo que eu seria um dos nomes escolhidos para ser homenageado, mas que a homenagem estava condicionada à presença. No entanto, como eu já tinha compromisso agendado há muito tempo para esse dia, agradeci, mas avisei que não poderia comparecer. No entanto, hoje eu fui surpreendida por uma notícia no A Tarde, informando que o Tribunal se reuniu e cortou o meu nome. Sobre isso, ninguém me falou nada ainda”, contou Eliana.

O que motivou o suposto veto teria sido o fato dela, enquanto corregedora nacional do Conselho Nacional Justiça (CNJ) em 2013, ter aberto um processo administrativo contra os desembargadores Mário Alberto Hirs (na época presidente do TJ-BA) e Telma Britto para investigar denúncias sobre irregularidades em pagamentos de precatórios.

Eliana ressalta que, se o seu nome foi realmente cortado, isto a deixa extremamente satisfeita, pois fez um trabalho correto no CNJ e, “se o Tribunal fez isso, é porque eu estava muito certa quando abri o inquérito”. A advogada diz não estar triste com o episódio porque foi lembrada pelas pessoas que a consideram, tanto que teve o seu nome incluído na lista.

“Eu não abri o processo sozinha, abri com a conivência de outros conselheiros do Tribunal. Se estão me retaliando por eu ter cumprido o meu dever, eu lamento dizer que realmente eu não mereceria estar no meio deles”, reiterou. (Por Márcia Guimarães) Foto: Bocão News