A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,9% no trimestre encerrado em setembro, mas ainda atinge 12,5 milhões de brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi a sexta queda mensal seguida e trata-se da menor taxa de desemprego registrada no ano. O contingente de desempregados é 3,7% menor que o registrado no trimestre encerrado em junho (474 mil pessoas a menos).

 

Já na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, quando havia 13 milhões de desempregados no país, a população desocupada caiu 3,6% (menos 469 mil pessoas). O número de pessoas desalentadas (que desistiram de procurar emprego) ficou estável em relação ao trimestre anterior, se mantendo no patamar recorde (4,8 milhões) segundo o IBGE.

 

Na comparação com o mesmo trimestre de 2017, porém, houve alta de 12,6%. Os dados do IBGE mostram que a queda da taxa de desemprego foi puxada pelo aumento do trabalho informal ou por conta própria e do número de pessoas que trabalham menos horasdo que gostaria. O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi classificado pelo IBGE como estável frente ao trimestre anterior (oscilação positiva de 0,4%).

 

Também no confronto com o mesmo trimestre de 2017 (oscilação negativa de 1%), reunindo 33 milhões de pessoas. Já o número de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada no setor privado (11,5 milhões de pessoas) subiu 4,7% em relação ao trimestre anterior (522 mil pessoas a mais). Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a alta foi de 5,5% (601 mil pessoas a mais).

 

A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,5 milhões de pessoas) cresceu 1,9% em relação ao trimestre anterior (mais 432 mil pessoas) e aumentou 2,6% (mais 586 mil pessoas) em relação ao mesmo período de 2017. Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, na passagem do 2º para o 3º trimestre, a população ocupada aumentou em cerca de 1,4 milhão de pessoas.

 

“Isso traz, como resgate da desocupação, quase meio milhão de pessoas”, disse. “Esse número é bastante favorável e bem vindo. Entretanto, essas vagas geradas estão concentradas na informalidade, ou seja, são vagas sem carteira de trabalho assinada ou de trabalho por conta própria”. O pesquisador destacou que, somados, os trabalhadores sem carteira assinada e os que trabalham por conta própria somam cerca de 35 milhões de pessoas.

 

Já o contingente com carteira de trabalho assinada somam cerca de 32 milhões. “Só esses dois elementos da informalidade somados são superiores ao que se tem de carteira assinada no Brasil”. Na semana passada, o Ministério do Trabalho informou que o Brasil gerou em setembro 137,3 mil empregos com carteira assinada, o melhor resultado para o mês nos últimos cinco anos.

 

O pesquisador destacou, porém, que foi “a primeira vez depois de 13 trimestres seguidos” que, na comparação anual, a carteira de trabalho assinada não teve queda signidicativa. “Isso é positivo porque pode estar indicando uma recuperação do mercado de trabalho”, afirmou. Informações do G1