EC Vitória

Aos 35 anos, o goleiro Dalton, teve uma daquelas noites inesquecíveis na última partida do Vitória, contra o Mirassol, pela Série C. Responsável por, ao menos, cinco defesas difíceis, Dalton foi o grande destaque do time rubro-negro que venceu por 2 a 1 e chega vivo na luta por classificação para a última rodada da primeira fase da Terceirona.

– Uma das [atuações] mais marcantes [da carreira], sim. É inegável. Pelo que o jogo representava, não só na parte individual. Na parte de que dependeríamos daquela vitória. Funcionários dependem disso, a gente depende. Muitas pessoas dependem da gente, não só da parte financeira, mas os torcedores também. Quando tem esse entendimento, fica mais prazeroso você saber que um vitória pode fazer tanto. É mágico, surreal. A gente vai continuar lutando até o final – disse o goleiro Dalton.

Com a vitória sobre o Mirassol, o Vitória completou sete jogos de invencibilidade e viu as chances de classificação aumentarem para 45%. Grande resultado e bom momento refletidos no carinho da torcida, que chamou a atenção com o “aeronegô” em uma festa na saída e na chegada da delegação a Salvador.

– A gente sente o calor, essa vibração. Duvido que alguém não tenha se arrepiado naquele momento. É sentimento, emoção, coração. É inegável dizer que a gente não leva esse sentimento. O torcedor é o 12º jogador. O retorno foi surreal, difícil mensurar em palavras o que sentimos.

Dalton, porém, está fora do jogo decisivo do Vitória. O goleiro recebeu o terceiro cartão amarelo na última partida e vai ser substituído por Yuri Sena, de 21 anos formado na base rubro-negra. Ao analisar o substituto para o confronto, o veterano lembrou Lucas Arcanjo, fora da temporada por conta de uma lesão.

– Antes de responder, queria pontuar uma situação. Se a gente está vivendo esse momento, não é por minha culpa ou só por isso. Jogamos 18 jogos até agora. Nosso campeonato não é só essa final. Joguei cinco jogos. Queria deixar claro que, se estamos nessa situação, é pelo Lucas também. Vivi essa mesma situação que o Lucas está passando no Paysandu. Sei o quanto é dolorido. Fiz 13 jogos até a lesão. E depois da lesão, ninguém lembrou de mim quando conquistamos o acesso. Senti na pele aquilo. Foi uma coisa que me machucou muito. Que fique claro e bem lembrado o que ele fez até a minha entrada. O que acontece depois é consequência.

– Yuri é um guri fantástico, cara que trabalha muito com a gente, tem potencial incrível. Acredito no que ele faz, no trabalho que desenvolve. Conversei com ele antes e depois do jogo. O nosso futuro dependia daquele jogo contra o Mirassol. Responsabilidade era muito grande e continua sendo. Ele sabe da responsabilidade, cara consciente, demonstra isso. Ele vai fazer o melhor – continua Dalton.

O último adversário do Vitória na primeira fase da Série C é o Brasil de Pelotas, 18º colocado e que ainda luta para não ser rebaixado para a Quarta Divisão. As duas equipes se enfrentam neste sábado, às 17h (horário de Brasília), no Barradão. Os ingressos estão à venda. Globoesporte