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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) ficou especialmente irritado e mandou demitir Marcos Cintra porque viu na divulgação de detalhes da proposta de recriação da CPMF uma desobediência a pedido feito pessoalmente por ele à equipe econômica, de acordo com a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo.

Antes de ser internado para sua quarta cirurgia, o presidente foi ao ministério e solicitou que o assunto não fosse esmiuçado até que ele saísse do hospital. Ressaltou que não estava convencido e pediu que o aguardassem para dar rumo à reforma tributária.

Este último episódio acabou sendo a cereja do bolo no processo de fritura de Cintra, agora ex-secretário da Receita. Bolsonaro estava insatisfeito e fazia críticas ao trabalho dele no órgão a outras autoridades, sem qualquer cerimônia, há meses.

O estopim para a demissão do secretário da Receita, Marcos Cintra, foi a recriação de um imposto sobre transações financeiras, nos moldes da antiga CPMF. A celeuma em torno do novo imposto do cheque traduz uma divergência sobre a essência da reforma tributária e pode levar o Congresso a um impasse insolúvel com o Executivo.

O primeiro ponto a entender é que, embora Cintra fosse o rosto que acostumamos a associar ao novo imposto, ele não é o único nem o mais importante defensor dele. A ideia ainda é defendida pelo ministro Paulo Guedes e por parte relevante da equipe econômica e, ao contrário do que afirmou o presidente Jair Bolsonaro no tuíte em que anunciou a demissão de Cintra, não deverá sumir.