A Polícia Federal tem desorientação espacial do piloto como principal hipótese para a morte do ministro Teori Zavascki, do STF, em 19 de janeiro de 2017. O inquérito considera que o piloto Osmar Rodrigues não teria percebido que o avião estava perto demais da água, por causa da chuva intensa e da baixa visibilidade.

 

Teori Zavascki era ministro do Supremo Tribunal Federal e relator da Operação Lava Jato na Corte. Já foi descartada pela perícia as hipóteses de sabotagem no interior do avião – como explosões ou incêndio interno -, problema no motor ou intoxicação do piloto (álcool, drogas ou medicamentos controlados).

 

Também morreram na queda o dono do avião e empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, a massoterapeuta Maíra Panas, e sua mãe, Maria Hilda Panas Helatczuk. O inquérito é presidido pelo delegado Rubens Maleiner, que também é piloto e trabalhou em outras investigações sobre acidentes aéreos, acompanhado pelo procurador da República Igor Miranda segundo informações do jornal Folha de São Paulo.

 

A PF e o Cenipa trabalham com indicações de que o avião não teve problemas mecânicos, mas ainda serão concluídos alguns exames em peças da aeronave. Uma novidade sobre o caso é que o piloto estava prestes a abortar a segunda tentativa de pouso, já que o gravador do avião registrou o trem do pouso do avião sendo recolhido.

 

Dizia-se que o avião havia arremetido apenas uma vez e caído quando se preparava para pousar. Ao longo do inquérito, foram realizadas 18 perícias e ouvidas cerca de 40 pessoas. A linha de investigação de que alguém teve acesso à informação de que Teori pegaria aquele voo foi descartada.

 

A PF procura estabelecer as condições psicológicas do piloto no momento do acidente: excesso de confiança, devido aos 30 anos de voo e à experiência em pousos naquela região, e peso político do passageiro, já que Teori era um ministro do STF relator da Operação Lava Jato.

 

Isso pode ter exercido pressão sobre o piloto, para que cumprisse a viagem sob chuva, para não aborrecer o ministro e o dono do avião com o cancelamento em função das más condições de tempo.