(Arisson Marinho/Arquivo Correio)

As despesas com a pandemia da Covid-19 já passam de R$ 300 milhões em Salvador. A ampliação de leitos, contratação de profissionais de saúde, compra de equipamentos, realização de teste rápido e higienização dos lugares públicos causou impacto no orçamento da capital baiana. Em 2020, os municípios receberam recursos federais para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Durante nove meses, Salvador recebeu cerca de R$ 553 milhões.

De janeiro a abril deste ano, a prefeitura de Salvador recebeu apenas R$ 22 milhões, no entanto, as despesas excepcionais com a pandemia chegaram a R$ 315 milhões. Com a redução do apoio financeiro do Governo Federal, a gestão municipal precisou rever contratos como, por exemplo, o de aluguel de carros, além de adiar investimentos para o segundo semestre deste ano.

“Estamos com um planejamento financeiro muito estruturado, alocando despesas urgentes para agora. As outras, estamos adiando um pouco para o segundo semestre e administrando de forma que, mais para frente, não venha faltar recursos”, explicou a secretária da fazenda de Salvador, Giovana Victer.

Em 2020, a gestão municipal não conseguiu poupar e precisou usar cerca de R$ 235 milhões. Ainda assim, fechou o ano com R$ 676 milhões na poupança. Já neste ano, o município sacou R$ 104 milhões para pagar despesas da Covid-19 e realizar a manutenção de ônibus, além da contratação de rodoviários.

“A gestão fiscal tem que considerar o risco de ficar no vermelho. Município não tem cheque especial. Então a gente administra como toda cautela para que em momento algum a gente deixe de arcar com os compromissos”, completou Giovana Victer.

Para o economista André Marques, o momento é grave e exige muita cautela das cidades. “Não é um interruptor de luz que você liga e desliga, acabou pandemia, agora economia toda volta ao patamar anterior de forma imediata. Temos ainda uma longa jornada pela frente e os municípios precisam estar preparados”, disse o economista. G1