Agência Brasil

Reportagem do Fantástico, da TV Globo, exibida neste domingo último (8), revelou detalhes de como funcionava o esquema da rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando era deputado na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Mensagens de texto revelam que Luiza Sousa Paes transferiu R$ 155 mil para Fabrício Queiroz, ex-assessor do filho do presidente Jair Bolsonaro. Luiza é uma das testemunhas-chave do caso. A sua relação com Queiroz era através de seu pai.

Vizinha do operador financeiro da família Bolsonaro, foi nomeada em 2011 para o gabinete de Flávio como assessora parlamentar, quando tinha 20 anos. De acordo com a reportagem, do salário que recebia, Luiza sempre repassava a maior parte para Querioz. De cerca de R$ 4 mil, por exemplo, ela ficava com no máximo R$ 800. O “Fantástico” revelou que em diferentes cargos, o esquema com Luiza durou cinco anos de “trabalho”. Outros 11 “assessores” também entregavam parte do salário a Fabrício Queiroz.

“Agora deu ruim”

A denúncia do Ministério Público afirma que Luiza trocou mensagens com o pai assim que as primeiras investigações começaram a sair nos jornais sobre Fabrício Queiroz, em dezembro de 2018. “Caraca! Tu viu alguma parte do ‘Jornal Hoje’? Bateu direto naquele negócio do Queiroz. Direto isso, a foto dele estampada no ‘Jornal Hoje.’ Agora deu ruim”, escreveu Luiza, segundo mensagem divulgada pelo “Fantástico” a partir de documentos do MP.

Em outra mensagem, de acordo com a Globo, Luiza perguntou ao pai o que fazer com os recibos de depósitos feitos a Queiroz, assim que soube que ela também era alvo das investigações. A ex-assessora também conversou com o advogado de Queiroz e o então advogado de Flávio Bolsonaro, Luis Gustavo Botto Maia.

Depois de mais de dois anos de investigação do Ministério Público do Rio, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) foi denunciado na semana passada por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Além de Flávio, foi denunciado o ex-assessor Fabrício Queiroz, apontado como operador do esquema, e outros 15 ex-assessores. Na denúncia, o MP fala ainda em apropriação indébita.