O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, quer criar regras para uso das redes sociais por juízes. Durante o ”Primeiro Seminário da Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas) sobre Direito e Democracia”, o ministro declarou que as instituições precisam de parâmetros de conduta, o que não configuraria uma “mordaça”, nem “censura”. As regras deverão ser criadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Isso significa a defesa das nossas carreiras. Isso significa a defesa das nossas instituições. Os juízes não podem ter desejo. O seu desejo é cumprir a Constituição e as leis. Se ele tiver desejos, ele que vá sair da magistratura e vá ser candidato para poder estar lá no parlamento querendo exatamente trabalhar no sentido de melhorar o país e trazer novidade” afirmou Toffoli.

O presidente do STF ainda condenou os ataques as instituições, principalmente os que vêm de dentro das próprias instituições. Toffoli ainda criticou a imprensa, que tem divulgado estas questões nos últimos tempos, por ter “normas rigorosíssimas para os seus jornalistas, assim como qualquer corporação, como qualquer empresa tem para seus funcionários”, como a Rede Globo.

Ele leu um trecho do principio do grupo de comunicação, que diz que o jornalista deve “se abster de expressar opiniões politicas, promover e apoiar partidos e candidaturas, e defender ideologias e tomar partido em questões controversas e polêmicas que estão sendo cobertas jornalisticamente pelo Grupo”.

Toffoli também defendeu o inquérito que abriu para apurar supostas “fakenews” e ameaças contra ministros do Supremo. Em abril, o ministro Alexandre de Moraes, nomeado relator do processo, determinou que o site Antagonista e a revista Crusoé retirassem do ar uma reportagem contra o presidente da Corte. O texto relatava que o empresário Marcelo Odebrecht havia afirmado que Dias Toffoli seria o personagem “amigo do amigo do meu pai” mencionado em um e-mail que integrava as investigações da Lava-Jato.