Agência Brasil

A ex-presidente Dilma Rousseff concedeu a quarta entrevista da série sobre seu governo ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, em que falou sobre o setor elétrico, explicou o porquê do custo tão alto da energia que vem sendo cobrada dos brasileiros e também comentou a fala do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, em que ele admitiu que ela não foi afastada por “pedaladas fiscais”, mas porque teria perdido sustentação política no Congresso Nacional. Ou seja: na prática, Barroso admitiu que Dilma foi vítima de um golpe de estado.

“Lamento que ele tenha demorado seis anos”, disse a ex-presidente, que, em seu governo, fez com que o Brasil alcançasse o pleno emprego, com uma taxa de desocupação de apenas 4,4%, a menor da história do Brasil, no fim de 2014. Depois de sua reeleição, no entanto, Dilma foi vítima da sabotagem do Congresso, liderada pelo ex-deputado Eduardo Cunha, da Lava Jato, comandada pelo ex-juiz Sergio Moro, que quebrou construtoras brasileiras e destruiu 4,4 milhões de empregos, segundo o Dieese, e de todo o movimento golpista que paralisou a economia, levando à sua queda. Logo em seguida, o usurpador Michel Temer aplicou a “ponte para o futuro”, que vem sendo mantida por Jair Bolsonaro, que retirou direitos trabalhistas, empobreceu o Brasil e fez com que milhões de brasileiros voltassem a passar fome.

“Não se faz um impeachment sem crime de responsabilidade impunemente”, diz Dilma, na entrevista, que aponta um processo de total corrosão institucional no Brasil, em que o próprio Barroso aponta os crimes cometidos por Jair Bolsonaro, assim como os de Michel Temer, sem que nada tenha ocorrido a nenhum dos dois. “O impeachment foi desmoralizado no Brasil”. Confira, abaixo, a íntegra da sua entrevista (neste domingo, será publicada reportagem sobre o setor elétrico).