O diploma de bacharel em Direito usado pela professora Cátia Regina Raulino, investigada por plagiar trabalhos de alunas e por exercício ilegal da advocacia em Salvador, tem indícios de ser falso. A informação foi revelada nesta quinta-feira (24) pelo delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, titular da 9ª Delegacia (Boca do Rio) e responsável pelas investigações do caso.

O diploma apresentado por Cátia Raulino teria sido emitido pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em 2007. No entanto, o delegado contou que falou com a instituição, que negou que ela tenha sido aluna da instituição.

“A base da investigação é saber se ela é ou não bacharel de direito. Nós oficiamos a UFMA, onde ela informou em seu interrogatório inicial, que teria se formado lá. E eu recebi um ofício do reitor da UFMA, que disse que não existe nenhum vínculo da universidade, seja de excluído, ativo cadastrado, concluído, trancando, cancelado […]. De modo que eles podem afirmar que ela jamais foi aluna da faculdade”, contou o delegado.

“Claro que eu consegui o documento que ela usou para se candidatar a um emprego em uma universidade. O que me leva a crer que esse documento entregue por ela, segundo esta faculdade aqui em Salvador, é um documento falsificado. Hoje, fizemos um outro interrogatório com ela, e ela preferiu, digamos assim, se pronunciar desse documento em juízo, que é um direito dela”, completou.

O delegado disse ainda que conseguiu o diploma depois de solicitar documentos para as instituições onde Cátia trabalhou, na Bahia. A previsão é que inquérito seja concluído em até uma semana.

“Demos um passo muito largo na conclusão das investigações. A partir do momento que ela não é bacharel, basicamente todas as outras investigações sobre ela, que ela não pôde refutar, passam a ter um caráter de veracidade. Sendo assim, ela deve responder por vários crimes, como estelionato e falsidade de documento público. É claro que a gente necessita de alguns documentos para poder ter uma comprovação, digamos assim, mais eficiente para o Ministério Público. A gente definiu prazo de uma semana”, contou o delegado. G1