Agência Senado

O diretor da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, admitiu que a operadora de saúde realizou um “estudo observacional” com a cloroquina em pacientes que testaram positivo para a Covid-19. Ele afirmou que todos os pacientes que testaram positivo sabiam que participavam de um estudo e quais remédios tomavam.

Em depoimento à CPI da Covid, ele disse que a empresa não precisou de autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para promover o estudo porque não foram feitos testes com 630 pacientes, apenas “observaram o ato médico”. O estudo com o kit covid “foi observacional, partindo das prescrições médicas”, em suas palavras.

Após ser perguntado pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), se os fatores de risco dos pacientes foram avaliados antes da prescrição de cloroquina, Batista atribuiu aos médicos a responsabilidade: “cada uma das prescrições foi feita pelo médico em conversa com seus pacientes”.

Batista Júnior negou que a Prevent tenha omitido mortes por Covid ao longo da pandemia e acusou ex-médicos de adulterarem planilhas internas. Um grupo de 15 médicos assinou um dossiê enviado à CPI denunciando a empresa de fazer do espaço um laboratório para testar a eficácia de medicamentos do chamado kit covid.

Durante sua fala, o diretor da Prevent Senior se nega a comentar a morte do médico negacionista Anthony Wong, segundo ele por não ter autorização da família para falar sobre o caso, mas confirma que Nise Yamaguchi era “médica assistente” de Wong. Denúncia aponta que a empresa também omitiu que o óbito tenha sido por Covid.