Foto: Alan Oliveira/G1 BA

Dois meses após a chegada de óleo no litoral baiano, os pescadores de Salvador relatam ainda sofrer com a queda na venda de peixes. Os trabalhadores do Porto da Sardinha, que fica no bairro de São João do Cabrito, contam que as vendas diminuíram cerca de 80%.

A redução nas vendas está prejudicando cerca de 20 mulheres que tratam o peixe para comercialização. O Porto, que ficava lotado, ultimamente está vazio, e é comum ver barcos cheios de peixes que não conseguiram ser vendidos.

As pessoas estão preocupadas em consumir peixes e mariscos, devido ao desastre ambiental com óleo, que atingiu diversos municípios baianos, incluindo Salvador. Ainda não há informações de como o óleo foi parar no mar. Entre o final de novembro e início deste mês, novas manchas não voltaram a aparecer na capital baiana.

Conforme apontou pesquisa da Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura da Bahia (Seagri), os pescados do litoral baiano não foram contaminados por manchas de óleo. Apesar da pesquisa, as pessoas não estão confiantes na compra dos produtos do mar.

“Eu limpava uns 100kg de peixe por dia, hoje só limpo 20 kg de sardinha”, contou Cleide que trabalha como tratadora de sardinha no local.

Jeisa, outra mulher que também trabalha tratando sardinhas para a venda em Salvador, conta que no Porto das Sardinhas não apareceram manchas de óleo. A preocupação dela é que queda nas vendas prejudique toda a cadeia produtiva.

“Dezoito embarcações saíam todos os dias para a pesca antes do óleo. Hoje só oito foram tentar pegar peixe. Os pescadores estão indo para outros lugares para tentar vender o peixe. Aqui não está contaminado, não tem uma sardinha com óleo aqui. A gente está prejudicado, porque o preço do peixe que era R$ 1 está sendo 0,50, e ainda não estamos vendendo”, disse.

Geisa disse que a queda nas vendas prejudica até quem vende lanches no Porto das Galinhas, porque com a queda de clientes, não há consumo. “Tem moça do cafezinho, que vende o lanche, tratadores, pescadores. A gente gostaria que algum órgão competente coletasse material para esclarecer à população que não tem contaminação aqui”, pediu. G1