Nos últimos esforços para converter votos nas disputadas eleições americanas desta terça-feira (6), o presidente Donald Trump e seu antecessor, Barack Obama, subiram em palanques pelo país e venderam duas visões diferentes de Estados Unidos. Os campos de batalha escolhidos pelo republicano neste fim de semana foram Montana, Flórida, Geórgia e Tennessee, onde destacou a economia “crescente”.

 

Ele voltou a falar sobre imigração ilegal, um dos temas recorrentes nos comícios dos quais participa. Barack Obama também esteve na Flórida e na Geórgia, e passou por Indiana e Illinois. Obama usou suas falas para criticar os esforços republicanos para revogar o Obamacare, sistema que busca ampliar o acesso à saúde segundo informações do Folhapress.

 

Ele lamentou ainda a retórica do medo usada por Trump contra a caravana de migrantes que se dirige aos EUA e insinuou que o presidente e líderes republicanos no Congresso eram corruptos. Em Montana, Trump foi apoiar alguns candidatos, especialmente Matt Rosendale, que disputa um assento no Senado com o democrata Jon Tester. No estado, o presidente teve 20 pontos de vantagem sobre a rival Hillary Clinton nas eleições de 2016.

 

Lá, porém, Tester está ligeiramente à frente de Rosendale na disputa. Em seu discurso, Trump falou apenas brevemente sobre a força da economia americana e preferiu se dedicar à imigração ilegal. O tema tem sido recorrente em suas declarações – especialmente em um momento em que caravanas de migrantes da América Central se deslocam pelo México em direção aos EUA.

 

“Os democratas querem convidar caravana atrás de caravana”, afirmou o republicano, sem citar provas. Foi a mesma frase que usou no comício que fez em Indiana na última sexta-feira (2). O presidente já autorizou o envio de 5.200 soldados à fronteira com o México para tentar bloquear a entrada dos 4.000 migrantes. Ele criticou El Salvador e Honduras por permitir que os migrantes atravessem as fronteiras, e reiterou que estava cortando ajuda financeira a esses países.

 

O republicano também falou sobre a aplicação de medidas de segurança na fronteira, incluindo a instalação de arame farpado. “Arame farpado usado propriamente pode ser uma visão linda”, afirmou, para risos do público. Ele acusou os imigrantes ilegais de terem implementado a pior “campanha de tráfico humano da história”, ao dizer: “você pensaria que tinha acabado 300 anos atrás.”

 

No período em questão, escravos africanos eram traficados para as Américas do Norte e do Sul. Já Obama focou seus esforços em atrair votos de minorias negras em Indiana e em Chicago. Ele respondeu à retórica de Trump sobre os grupos de migrantes e a comparou com as declarações republicanas que tentavam gerar medo do vírus ebola antes das eleições legislativas de 2014.

 

“Não sejam enganados, disse. “Porque enquanto eles estão tentando distrair vocês com todas essas coisas, eles estão roubando vocês sem que vejam”. “Eles vão dizer: 'vejam, vejam, vejam! Caravana, caravana!' Então eles vão cortar impostos para seus amigos bilionários. 'vejam, vejam, vejam! Qualquer que seja a coisa assustadora.' E então eles estão sabotando seu sistema de saúde. Vocês não podem cair nessa”, afirmou o democrata.

 

O ex-presidente também tachou a administração Trump e líderes republicanos de corruptos. “Eles prometeram que iam acabar com a corrupção em Washington. Em vez disso, eles juntaram acusados suficientes para montar um time de futebol”, afirmou.

 

Obama rebateu ainda as declarações de Trump sobre economia. “A economia criou mais empregos em meus últimos 21 meses do que criou nos 21 meses depois que eu deixei o governo”, afirmou em Gary, Indiana. “Então quando vocês ouvirem esses republicanos se vangloriando, dizendo 'olha quão boa está a economia', onde vocês acham que começou? Alguém tem que esclarecer isso. Isso foi uma agenda progressista que fez.”