Deputados federais de partidos à frente de 19 ministérios do governo Lula (PT) votaram em peso, nesta semana, em medidas que afrouxaram regras de proteção a terras indígenas e do meio ambiente. A ação, que representou uma derrota para as pastas de Meio Ambiente, de Marina Silva (Rede), e Povos Indígenas, Sonia Guajajara (PSOL), abriu uma crise entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.
De acordo com o jornal O GLOBO, a grande maioria dos parlamentares de PT, União Brasil, PSD e MDB votou, na quarta-feira (24), para rejeitar as alterações feitas pelo Senado na Medida Provisória (MP) da Mata Atlântica. No caso da sigla de Lula, foram 35 votos para permitir a alteração da Lei da Mata Atlântica – 69% do total de parlamentares.
No MDB e PSD, o número chegou a 97%. No União Brasil, foram 87% dos votos. Em menor grau, aparecem deputados do PSB, com 38% do total, e PDT, somando 36%, que também contribuíram com a aprovação da versão da MP com retrocesso ambiental. Já PSOL, PCdoB e Rede se posicionaram em peso contra os “jabutis” no texto.
Mesmo com o voto em massa dos petistas, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), sinalizou que Lula deve vetar a medida provisória. Procurada, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não respondeu a um pedido do jornal O GLOBO para explicar se houve acordo para parlamentares se posicionarem a favor das mudanças na Lei da Mata Atlântica.