Foto : Governo de SP

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), elogiou a “civilidade política” entre o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), em meio à pandemia de coronavírus. Na avaliação do gestor, a dupla tem dado exemplo ao restante do país na condução dos trabalhos contra o avanço da doença.

“Num momento de dificuldade do povo baiano, os dois deixaram de lado qualquer rivalidade de ordem política e eleitoral. Estão juntos, de mãos dadas, embora protegidos, para ajudar o povo baiano. Isso é um exemplo construtivo de como fazer política altiva, defendendo e protegendo o povo e, principalmente, os mais humildes”, declarou Doria, em entrevista a Mário Kertész hoje (22), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole.

Doria também falou sobre o sentimento de desilusão com Bolsonaro. Na avaliação do governador paulista, grande parte da sociedade se sente arrependida em ter dado apoio ao presidente. “Ele dizia que faria a proteção à honestidade, transparência, liberdade e aspectos importantes na vida dos brasileiros de bem. Por ter convidado, antes mesmo de assumir como presidente Sérgio Moro, deu a muitos a confiança de que isso, de fato, ocorreria. O que aconteceu? Sérgio Moro praticamente foi demitido de sua função como ministro da Justiça, se decepcionou com menos de seis meses de governo, ficou um tempo a mais por ser um patriota e caiu essa cortina de fumaça da transparência, decência e honestidade. O mesmo presidente da República dizia na campanha que era contra esse leilão de posições do governo de cargos do chamado Centrão, a chamada velha política que ele tanto condenou durante a campanha”, afirmou Doria.

Ainda segundo Doria, a imagem do país está deteriorada no exterior até mesmo na avaliação de aliados, como o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Ele criticou a família do presidente e citou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), apontado como organizador dos ataques ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Um gabinete do ódio existe no quarto andar do Palácio do Planalto, composto por jovens liderados por um vereador que, aliás, não exerce seu mandato, embora tenha sido eleito para isso, que é o Carlos Bolsonaro, vereador pela cidade do Rio de Janeiro, que não aparece na Câmara municipal há meses, e lidera do gabinete do ódio. Está sendo investigado na Justiça e com autorização do STF”, disse.

“Você ainda vai ver coisas absurdas e escabrosas que serão reveladas por conta dessa investigação. O Brasil vive o período mais triste desde a ditadura militar de 1964. A imagem internacional do país está no chão. Brasil hoje é um verme, um país indesejável por todos, até para o Donald Trump, para o qual o presidente da República Bolsonaro faz seu rapapés. Até ele fala mal do Brasil constantemente”, acrescentou o tucano, mencionando recentes declarações do líder norte-americano. Informações do Metro1