O cirurgião plástico Robert Rey, conhecido como Dr. Rey, apareceu na porta do condomínio do presidente eleito Jair Bolsonaro na manhã desta sexta-feira (9), para se candidatar ao Ministério da Saúde. A chegada do médico e apresentador de televisão surpreendeu os profissionais da imprensa que aguardavam a chegada do embaixador da Argentina, que tem uma reunião agendada com o presidente.

 

Apesar de Dr. Rey ter dito que teve uma conversa positiva com Bolsonaro, um funcionário da portaria do condomínio do presidente eleito disse ao Extra que o cirurgião até foi autorizado a entrar com o objetivo de fazer a visita, mas que não pôde ser recebido. Após descer de um táxi de uma cooperativa de Duque de Caxias, Ray concedeu uma coletiva na portaria.

 

“Tá marcado (de o presidente me receber). Pode ser que eu leve uma porta na cara, mas éramos do mesmo partido (PSC) e quero ser considerado pro Ministério da Saúde. Quero trazer a saúde dos Estados Unidos pro Brasil. Precisamos de um país que fale inglês e não “ingrês”. Na agenda, nenhum compromisso com Rey foi incluído. A manhã de Bolsonaro foi destinada a encontros com embaixadores da Alemanha e da Argentina.

 

Pouco menos de 30 minutos após ter entrado, Dr. Rey deixou o condomínio dentro do automóvel sem dizer se tinha, de fato, se oferecido a comandar a pasta. Além de repetir os elogios à saúde norte-americana, ele se limitou a dizer apenas que “a conversa foi boa”. No papo inicial com os repórteres, Dr. Rey mostrou que não acredita que a mídia brasileira seja capaz de publicar inverdades.

 

Famoso graças à projeção que ganhou na TV e nas revistas, ele fez um contraponto à ideia de que o jornalismo no país seja propagador de fake news: – A imprensa do exterior é fake. Vocês não. Aqui é de verdade. Agradeço porque foram vocês que me fizeram. Apesar da admiração por Bolsonaro, Dr. Rey quase foi pré-candidato às eleições presidenciais deste ano, nas quais concorreria com o próprio presidente eleito.

 

Ele concedeu uma série de entrevistas em que se disse postulante ao cargo no Planalto. O sonho viveu até abril, quando anunciou a desistência. Hoje filiado ao Partido Ecológico Nacional (PEN), o médico foi candidato a deputado federal pelo Partido Social Cristão em 2014, sigla a qual Bolsonaro já pertenceu.