© Foto Janaína Neri. Agência Brasil

Antes de ser assassinada a tiros na Região Metropolitana de Salvador, a líder quilombola Mãe Bernadete pensou que os dois homens que invadiram a casa dela eram assaltantes. A informação foi dada à polícia pelo neto da vítima, Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, que estava na casa da avó, dentro do quilombo Pitanga dos Palmares, na noite do crime. Quatro dias após o homicídio, ninguém foi preso até essa segunda (21),

A vítima estava na companhia de três netos quando foi morta: Wellington, de 22 anos, que estava em um dos quartos da casa, e dois adolescentes de 13 e 12 anos, que estavam na sala com a avó. Ao ouvir batidas na porta, um dos adolescentes a abriu e os suspeitos entraram na residência.

“É assalto?”, perguntou Mãe Bernadete quando os dois homens armados, com capacetes de motociclista, a renderam.

Ainda segundo Wellington, os homens pegaram o celular da avó e a mandaram desbloquear o aparelho. Eles também roubaram os celulares dos dois adolescentes que estavam na sala e exigiram que eles fossem para um dos quartos da casa.

Depois disso, um dos homens foi até o quarto onde Wellington estava e o mandou deitar no chão. “Deite no chão, seu viado”, exigiu. Ao sair do cômodo, o homem fechou a porta.

Depois disso, o jovem ouviu diversos disparos. Quando saiu do quarto, encontrou a avó morta no chão da sala.

Sem telefone, Wellington utilizou o aplicativo de mensagens que estava aberto em sue computador para pedir socorro para pessoas que vivem no quilombo. Depois disso, ele deixou os familiares adolescentes com um vizinho e foi até o terreiro, que fica dentro do Pitanga dos Palmares, para ligar para a polícia.

Os suspeitos chegaram e saíram do quilombo de moto e até esta segunda-feira, não foram identificados, nem encontrados. Segundo Wellington relatou no depoimento, eles tinham entre 20 e 25 anos, eram negros e usavam roupas pretas, capas de chuva e capacetes.

O caso é investigado por uma força-tarefa da Polícia Civil e também pela Polícia Federal. G1