Situado no extremo sul baiano, o Parque Nacional de Abrolhos abriga uma das maiores biodiversidades do planeta. É lá onde ficam o maior banco de águas calcárias do mundo e o maior banco de recifes corais do Atlântico Sul. As jubartes que migram da gelada Antártica para praias baianas, por exemplo, escolhem o arquipélago para se reproduzir.

Todo esse cenário, no entanto, pode estar ameaçado. É que a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) quer vender quatro lotes para exploração de petróleo na Bacia Camamu-Almada, próxima a Abrolhos. Uma primeira tentativa foi sustada no dia 10 de outubro, quando não apareceu nenhuma empresa para lançar um preço sobre os lotes. No entanto, a ANP continuará na tentativa de venda.

Temerosos com o risco de acidentes ambientais por possíveis derramamentos de óleo, ambientalistas ligados ao movimento Conexão Abrolhos estão em alerta. Ao Bahia Notícias, o biólogo Guilherme Dutra criticou o governo federal que desprestigiou relatórios técnicos do próprio Ibama condenando a venda dos lotes.

Dutra também afirmou que a aposta no petróleo pode destruir toda a economia local, que vive da pesca e do turismo. “O petróleo é um recurso finito. Só que atividades como pesca e turismo vão ser dependentes dos recursos naturais em longuíssimo prazo”, afirma.

“É preciso lutar bastante, e essa luta não é nova. A gente teve tentativa de ofertas de blocos na região em 2003. Depois, teve ofertas em 2012. Esse estudo de impacto ambiental de blocos ofertados é dessa época. A gente não tinha noção do risco que os blocos, que estavam na região de Ilhéus, poderiam representar para Abrolhos”. Bahia Notícias