O projeto de Angelo Coronel (PSD), que pretende revogar a reserva de 30% para candidaturas a um dos sexos nas eleições, rendeu diversas críticas ao senador baiano. Entre elas, de integrantes da base do parlamentar e do relator da proposta na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, o senador Fabiano Contarato (Rede).

Em conversa com o Bahia Notícias, o senador capixaba justificou o parecer contrário que deu ao projeto de Coronel e comentou que, além de querer voltar ao passado, o baiano parece não querer encarar a realidade. “Até um passado recente a mulher não poderia votar, não podia ter CPF, não podia ter cartão de crédito. Querer entender que mulheres e homens são iguais é fechar os olhos para uma triste realidade”, falou o relator.

“Vemos tanta desigualdade social em diversos aspectos”, continuou Contarato. Para o senador, questionar essa desigualdade com o projeto de Coronel é “não querer encarar essa realidade”. “Dos três poderes do Brasil, o único que não foi presidido por uma mulher é o Legislativo. As medidas corretivas de inserção precisam continuar existindo”, argumentou.

O senador também rebateu o argumento de Coronel de que as cotas favorecem candidaturas laranjas. “Temos homens com poucas condições de vencer eleições concorrendo. Seriam laranjas, também”, ponderou. Para ele alternativas mais efetivas seriam aperfeiçoar os mecanismos de controle interno dos partidos e aprimorar as condições para a fiscalização.

Ao votar pela rejeição do projeto na CCJ, Contarato embarreirou o projeto de Coronel. O baiano precisará agora tentar reverter, no plenário, o parecer do relator e o caminho natural para o arquivamento da proposta segundo o Bahia Notícias. Foto: Pedro França / Agência Senado