A EBC [Empresa Brasil de Comunicação] tem evitado os termos “ditadura militar” e “golpe” quando se refere ao período de 1964-1985. Segundo a Coluna de Guilherme Amado, na revista Época, após entrada do governo Bolsonaro, a empresa se refere ao acontecimento como “regime militar” e até “período militar”.

Conforme a revista semanal, funcionários da estatal, que não quiseram ser identificados, relataram que tiveram textos modificados antes de serem publicados.

“Meu chefe falou: ‘Temos que dar o texto que a diretoria de Jornalismo aprovou”, afirma uma servidora de uma TV da empresa sobre uma reportagem em que Bolsonaro comentava a ordem de comemorar o aniversário do golpe de 1964. No texto, apareceu a expressão “regime militar”.

O fato também teria sido testemunhado por repórteres que cobriram manifestações contra o aniversário do golpe. Eles disseram que tiveram o material modificado pela chefia, que teve de passar pelo crivo da diretoria de Jornalismo, o que é incomum.

A revista ainda aponta que durante o imbróglio jurídico nacional após Bolsonaro mandar comemorar o 31 de março de 1964, a Agência Brasil não usou nenhuma vez “ditadura” ou “golpe” no texto direto dos repórteres, isto é, fora de fala de terceiros. Foto: Reprodução / Rede Brasil Atual