Eduardo Bolsonaro afirmou que “seu sentimento de dentro do Congresso” é de que não será possível votar a reforma da Previdência ainda em 2018. “Começaríamos o ano com a reforma”, disse o parlamentar. Segundo ele, seria interessante votar uma reforma da Previdência “suave” em 2018 para “dar um gás” para o próximo governo. Ele sugeriu mudar as regras para novos entrantes, sem alterar todas as normas de uma vez só.

 

Disse também que o governo teria de dar o exemplo e apertar o cinto sobre as despesas. “Por que de agora em diante não acaba com o auxílio-moradia? De repente, acaba para todo mundo”, exemplificou o deputado. O parlamentar, porém, ponderou que, caso o projeto não passasse, “seria tratado como a primeira derrota de Jair Bolsonaro, antes de ser empossado.”

 

Sobre a aposentadoria dos militares, disse que é uma questão que será tratada entre os futuros ministros Paulo Guedes e general Augusto Heleno, respectivamente. Mas acrescentou que situações desiguais exigem soluções desiguais, defendendo a diferença entre a Previdência militar e a civil. Sobre o projeto Escola Sem Partido, Eduardo diz acreditar que terá mais chances de ser aprovado no ano que vem, “porque o Congresso será mais conservador.”

 

Segundo ele, o PSL defende a pluralidade de ideias, mas não cria uma lei penal nova, nem direitos e deveres novos. “Hoje já está previsto que professores que tentem doutrinar alunos podem responder judicialmente. O Escola Sem Partido só pretende dar ciência ao aluno.”

 

Bolsonaro ainda defendeu que os estudantes filmem os professores que estejam “doutrinando” em sala de aula. Sobre a resistência do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao projeto Escola Sem Partido, o deputado afirmou que, caso o texto passe no Congresso, a Corte teria de enfrentar a pressão popular. O deputado ainda comentou a indicação do juiz federal Sergio Moro para o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro.

 

“Moro é um gol de uma bicicleta de fora da área que Jair Bolsonaro marcou.” O parlamentar ainda disse que o trabalho de Moro na Lava Jato foi imparcial e que “duvida” que alguém possa levantar alguma suspeição contra ele, em resposta a críticas de alguns ministros do STF sobre o convite. Bolsonaro foi questionado sobre suas declarações sobre fechar o STF.

 

A uma semana do segundo turno, em 21 de outubro, foi a público um vídeo em que o deputado respondia a uma pergunta sobre uma hipotética possibilidade de ação do Exército em caso de o STF impedir que Bolsonaro assuma a Presidência. Ele respondeu que, se precisasse fechar o STF (Supremo Tribunal Federal), bastava um soldado e um cabo – e sua declaração criou muito desconforto com o Supremo e com a PGR (Procuradoria Geral da República).

 

“Hoje em dia, o peso da minha palavra é maior. Não foi uma declaração. Era um bate bapo com estudantes de um cursinho para concurso público. (…) Fica um aprendizado, de tomar mais cuidado com suas palavras”, desculpou-se. Ele aproveitou para falar também de sua relação com a imprensa.

 

“A gente não reclama disso. Teve um veículo da imprensa, que eu não vou falar o nome, falando que eu fui umas 20 vezes para Santa Catarina e para o Rio Grande do Sul – insinuando que eu fui para curtir. Mas eu fui para audiências públicas contra o estatuto do desarmamento e a favor do Escola sem Partido. Mas isso mostra que eles estão de olho”, afirmou.