O ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha chegou ao Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, às 13h50 desta sexta-feira (31). Ele vai cumprir pena em Bangu 8, em Gericinó, Zona Oeste, onde também está o ex-governador Sérgio Cabral.

Cunha chegou ao Rio por volta das 12h, foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exame de corpo de delito e depois levado para Bangu. O ex-deputado foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão na Operação Lava Jato. Ele deixou o Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), às 8h.

No início de abril, após um pedido da defesa do político, a juíza Luciani Maronezi, da 2ª Vara de Execuções Penais de Curitiba, pediu que as autoridades do Rio de Janeiro fossem consultadas para saber se havia vagas disponíveis para receber Cunha.

No dia 23 de maio, a Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido e, na última quarta-feira (29), a Justiça Estadual do Paraná autorizou a transferência. Em nota divulgada após a autorização, a defesa de Cunha disse que “a decisão é justa e adequada aos preceitos legais e constitucionais”.

A pena no Paraná

Ele estava preso no Paraná há mais de 2 anos e sete meses, desde outubro de 2016. Em março de 2017, ele foi condenado na 1ª instância a 15 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

O processo apurou o recebimento de propina pelo ex-deputado, por um contrato de exploração de Petróleo em Benin, na África, e o uso contas no exterior para lavar o dinheiro. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) diminuiu a pena de Cunha para 14 anos e 6 meses, em novembro de 2017.

Outros processos

Na Operação Lava Jato no Paraná, Cunha ainda responde a uma ação penal, que aguarda sentença. O processo apura a suspeita de o ex-deputado tenha recebido propina de US$ 5 milhões em contratos de construção de navios-sonda da Petrobras. Ele nega as acusações.

Eduardo Cunha tem outra condenação, na 1ª instância, a 24 anos e dez meses de prisão na Justiça Federal de Brasília, por envolvimento em desvios de recursos do Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).

À época da condenação, a defesa de Eduardo Cunha informou que ia recorrer, acrescentando que a sentença é “fantasiosa” e baseada em delações premiadas sem provas. G1