(Marina Silva/CORREIO)

Quem acha que pode dar uma olhadinha pros lados e cometer crimes eleitorais escondido, achando que ficará impune, pode se dar mal nas eleições de 2020. Esse ano, o pleito contará com alguns espiões da Polícia Federal: os drones. Os equipamentos de última geração foram adquiridos para ampliar a ação de prevenção e repressão a crimes eleitorais na Bahia. Ao todo, sete cidades serão monitoradas pelos equipamentos eletrônicos na próxima eleição, que ocorre no dia 15 de novembro.

O objetivo é que os equipamentos auxiliem os policiais no combate à compra de votos, transporte de eleitores e, principalmente, boca de urna. Um destaque dos drones que serão utilizados é que eles possuem uma tecnologia que permite que se tornem imperceptíveis ao voar em elevada altitude. Os drones percorrerem até 8 quilômetros e ultrapassam 100 metros de altura.

Drones podem ficar imperceptíveis no ar (Foto: Marina Silva/CORREIO)

Além disso, as aeronaves possuem câmeras capazes de realizar zoom suficiente para identificar suspeitos, placas de veículos, entregas de santinhos e situações de compra de votos, com imagens de alta nitidez. Assim, diante de algum flagrante de crime eleitoral, policiais se deslocarão, imediatamente, para o local indicado para prender os suspeitos, que serão conduzidos para a delegacia, onde serão tomadas as providências pertinentes.

“Constatada a irregularidade, os policiais federais são acionados”, declarou o superintendente em exercício e delegado regional executivo da PF, Fábio Mota Muniz. Ele disse ainda que policiais civis e militares também poderão ser acionados para coibir crimes eleitorais. O uso de drones não será uma ação exclusiva na Bahia. A PF utilizará mais de 100 aeronaves remotamente pilotadas em municípios estratégicos em todo o território Nacional.

Eles irão sobrevoar as principais zonas eleitorais do país ajudando a fiscalizar e combater crimes como boca de urna e transporte de eleitores.  “São equipamentos de última geração e a ideia é fazer o uso da tecnologia para aumentar o poder de alcance da PF. Antigamente, os policiais federais teriam que circular pelas cidades para detectar o delito. Agora não. Além disso, tem a questão do distanciamento social imprescindível na pandemia. Os policiais não precisam estar nas aglomerações”, declarou Muniz.

Na eleição do dia 15, as imagens geradas pelos drones serão enviadas em tempo real para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), estrutura montada no Centro de Operações e Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e também para o TRE, ambos no Centro Administrativo da Bahia (CAB).

As zonas monitoradas na Bahia ainda não foram definidas. Nos próximos dias, a PF irá se reunir com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para definir essa questão. “Ainda não temos definido o plano de ação. Entraremos em contato com o TRE, que irá apresentar as zonas eleitorais mais problemáticas dessas cidades, para então, a gente agir”, explicou Muniz.

A expectativa no sucesso do uso do equipamento é tão positiva, que já existe a possibilidade do uso nas eleições dos próximos anos. “Não há dúvida, mas para isso é necessário comprar mais equipamentos, treinamento de policiais. A intensão é que sejam usados mais no interior do estado, onde os crimes eleitorais são mais comuns”, disse Muniz. (Correio da Bahia)